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Para entidades do agro, tarifa é política e não tem base técnica

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Setor avalia que tributo americano afeta tanto o Brasil como os Estados Unidos.

Várias associações do setor do agronegócio avaliaram a nova tarifa de 50%, imposta pelos Estados Unidos sobre todos os produtos brasileiros, como política e sem justificativas econômicas. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) afirma que “essa medida unilateral dos Estados Unidos não se justifica pelo histórico das relações comerciais entre os dois países, que sempre se desenvolveram em clima de cooperação e de equilíbrio, em estrita conformidade com os melhores princípios do livre comércio internacional”.

A entidade afirma que acompanha com atenção a decisão do governo dos Estados Unidos de impor essas novas taxas ao Brasil.

A CNA destaca que essas medidas prejudicam as economias dos dois países, causando danos a empresas e consumidores.

Os produtores rurais brasileiros consideram que essas questões só podem ser resolvidas em benefício comum por meio do diálogo incessante, segundo a entidade. A economia e o comércio não podem ser injustamente afetados por questões de natureza política, afirma a nota da entidade.

Para a Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) não há justificativas econômicas para as novas tarifas, dada a realidade de anos com superávit norte-americano no comércio com o Brasil. As tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos, que devem entrar em vigor no dia primeiro de agosto, vão impactar negativamente em toda a cadeia produtiva exportadora do agronegócio brasileiro, afirma a entidade.

A Abag espera por uma solução diplomática nas tratativas bilaterais, uma vez que essas tarifas não vão desfavorecer só o exportador brasileiro, mas também o próprio consumidor americano.

Para a CitrusBr, a tarifa de 50% compromete o setor exportador de suco de laranja, colocando-o em risco. O setor terá aumento de 533% nos tributos, e as exportações ficam inviabilizadas, uma vez que os tributos vão representar 72% do preço do suco. A diplomacia deve ser o caminho, segundo os exportadores de suco.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) afirma que a imposição americana de tarifa de 50% traz preocupação, e que o setor acompanha as tratativas entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos. Os embarques de proteína animal para os Estados Unidos têm relevância para as cadeias produtoras, gerando divisas importantes para a sustentabilidade.

Os Estados Unidos são o 12° principal destino das vendas externas de carne suína, com 14,9 mil toneladas exportadas entre janeiro a junho. Já o mercado americano é o mais relevante para as vendas de ovos do Brasil. No primeiro semestre, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram 15,2 mil toneladas. O Brasil não exporta carne de frango para os americanos.

Para a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), que representa o setor de carne bovina, o aumento de tarifas representa entrave ao comércio internacional. O diálogo é necessário para que “medidas dessa natureza não gerem impactos para os setores produtivos brasileiros nem para os consumidores americanos, que recebem nossos produtos com qualidade, regularidade e preços acessíveis”

A Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) classificou a decisão americana como um exemplo da falta de diplomacia brasileira e de visão estratégica. A entidade afirma que “questões políticas sejam colocadas de lado, e o foco recaia sobre a importância dos Estados Unidos no saldo da balança comercial”.

O problema, segundo analistas, é que as decisões de Donald Trump foram apenas políticas, nada técnicas, sem motivação comercial e sem explicação lógica (Folha, 11/7/25)

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