Presidente afirmou que os atritos entre o agro e o seu governo ocorrem apenas por razões ideológicas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (6) que o agronegócio brasileiro enfrenta uma divergência com o governo do PT por razões ideológicas e não por falta de recursos e apoio.
O chefe do Executivo também mencionou o papel do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesse cenário, afirmando que as críticas dirigidas são injustas.
“Há décadas os sem-terra não invadem terras produtivas, mas o agronegócio mantém uma postura de rejeição. Tanto o MST quanto o agronegócio são fundamentais para o Brasil”, destacou.
Ao ser questionado sobre as dificuldades de sua gestão com o agronegócio, o presidente ressaltou que defende o MST e valoriza tanto os grandes exportadores quanto os pequenos produtores.
“Os grandes exportadores garantem qualidade e abrem mercados internacionais. Já os pequenos produtores, que representam quase 5 milhões de propriedades de até 100 hectares, são os que colocam comida na mesa dos brasileiros. Eles criam frangos, suínos e outros alimentos essenciais. Ambos são igualmente importantes”, explicou Lula.
Daoud rebateu o presidente
O comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, rebateu o presidente, dizendo que Lula está enganado, visto as invasões de terras no chamado Abril Vermelho, onde unidades de pesquisa e propriedades foram ocupadas.
Daoud também refutou o dado trazido pelo presidente, a respeito das 5 milhões de pequenas propriedades. “Dessas, apenas 2,1 milhões estão no Proagro, na agricultura familiar. Os demais estão abandonas, na rede de assistência social […].
Para o comentarista, as faíscas entre o agronegócio e o governo petista não são ideológicas. “Os produtores rurais têm grande preocupação sobre a instabilidade que o senhor [presidente] traz para o campo. A leniência do governo em não questionar as invasões é preocupante” (Canal Rural, 6/9/24)