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Incêndios expõem desprestígio de Conama; Planalto tenta contornar situação

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Governadores criticam ação do governo no combate às queimadas; Caiado é o mais enfático:

A série de incêndios que atinge o País expôs o desprestígio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e forçou a cúpula do governo federal a ter contato mais direto com governadores para combater o fogo. A vontade do Palácio do Planalto era coordenar a reação às queimadas a partir do órgão. É comum, porém, os representantes de Estados no colegiado serem pessoas sem densidade política suficiente para influenciar nas ações de seus respectivos governadores ou negociar em seu nome. A reportagem ouviu a avaliação de fontes de dois ministérios diferentes.

Formalmente, o Conama tem a função de propor políticas sobre o meio ambiente. É composto por representantes do governo federal, das Forças Armadas, dos municípios e de cada um dos 27 Estados, entre outros. O órgão é presidido por quem chefia o ministério do Meio Ambiente – hoje, Marina Silva.

Os incêndios têm colocado pressão sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proporção do problema é tamanha que, na terça-feira, 24, ele deu explicações sobre o assunto em seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas(ONU). Na política doméstica, governadores reclamam de demora na liberação de recursos.

Na semana passada, ministros chamaram governadores para uma reunião no Palácio do Planalto para tratar sobre os incêndios. Houve discordâncias entre o governo federal e os Estados, de acordo com declarações dadas depois do encontro. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), foi o mais enfático nas críticas. Segundo ele, a gestão federal não estava preparada para a situação.

“Foi procrastinando e agora vai chegar no final, mês de outubro, acredito eu que, em novembro, já estará chovendo”, declarou.

O governo federal liberou até o momento R$ 514 milhões extras para combate a incêndios no País. Também abriu um canal para receber demandas de governadores e prefeitos sobre o assunto. Ao fim do processo, haverá novo crédito extra para bancar as ações. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que haverá dinheiro para pagar tudo o que for necessário. Ele também negou que a reunião com os governadores tenha exposto um racha (Estadão, 27/9/24)

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