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Ministros de Agricultura das Américas discutem desafios para o agronegócio

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Entre os temas, o clima, que não é coisa só de ambientalista, diz diretor do IICA.

Na primeira semana de outubro, os ministros de Agricultura das Américas se reúnem na Costa Rica para discutir os principais desafios do setor em um momento de instabilidade na segurança alimentar, necessidade de maior sustentabilidade no setor e busca de sobrevivência em um período de tantas crises climáticas que afetam todo o planeta.

A Conferência de Ministros de Agricultura das Américas 2023, como está sendo chamada, ocorrerá na sede do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), em São José, de 3 a 5.

Manuel Otero, diretor-geral do IICA, afirma que os desafios são muitos. Vão da ampliação do uso da ciência, busca de novas energias a políticas públicas. Essas ações são importantes porque são revertidas em melhorias na segurança alimentar, na sustentabilidade, bem como na saúde.

Um dos temas que não pode faltar nas discussões do evento é a agricultura familiar, diz o diretor do IICA. São 17 milhões de unidades produtivas nas Américas, envolvendo pelo menos 60 milhões de pessoas. Em um mundo em mudanças, os pequenos produtores são os que mais estão expostos, na avaliação de Otero.

Por isso, governos e instituições devem promover uma nova geração de políticas públicas para o setor. Entre os recursos produtivos necessários para os agricultores, estão terras, crédito, tecnologia, conectividade, treinamento e vendas dos excedentes.

O agricultor familiar deve ser parte da cadeia produtiva e não ficar à margem dela, diz Otero. Para o diretor, as políticas devem ser de longo prazo e, como estamos em países das Américas, de poucos recursos, eles devem ser bem administrados.

O diretor destaca que Estados Unidos e Europa têm políticas de sustentação dos pequenos produtores. Programas como esses nas Américas gerariam renda, empregos e sustentação das futuras gerações.

Os desafios são conseguir mecanismos que mantenham o jovem no campo. Essa presença vai facilitar a transição para a tecnologia digital e para a chegada de novas fronteiras de conhecimentos. Segundo Otero, quando a agricultura vai bem, economia e governo também vão bem.

“É preciso um conhecimento maior dos problemas para poder enfrentá-los. É o que deve ocorrer com a crise climática. Não é tema apenas de ambientalistas, mas de toda a sociedade. A agricultura precisa participar dessa discussão porque ela é parte da solução.”

Entre as soluções para produção e comercialização dos alimentos dos pequenos produtores, estão as cooperativas. O Sul do Brasil e os países vizinhos têm muito a cooperar nessa questão, segundo Otero.

As cooperativas, além de fornecer insumos mais em conta, são um canal de distribuição da produção e uma fonte de treinamento no setor, afirma ele.

O encontro dos ministros discutirá, ainda, biodiversidade e as bases de medidas sobre as mudanças climáticas, que serão apresentadas na próxima COP 20 (Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática), programada para o final de ano, em Dubai (Folha, 27/9/23)

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