Por Pasquale Augusto
Em 2023, a BrasilAgro vendeu 1.640.394 toneladas de cana-de-açúcar, queda de 18% frente ao ano passado; preços do etanol derretem (Fonte Pixabay)
A cana-de-açúcar é uma das principais culturas da BrasilAgro(AGRO3), junto com soja, milho e algodão.
Em 2023, a empresa vendeu 1.640.394 toneladas de cana e arrecadou R$ 244,8 milhões com a cultura, queda de 35% frente ao ano passado.
O Agro Times conversou com o CEO da empresa, André Guilaumon, sobre o momento do setor de açúcar e etanol, com custos maiores para produção e valores recordes no mercado internacional, enquanto o biocombustível tem preços menores.
Na última sexta-feira (15), os preços do açúcar na bolsa de Nova York (ICE Futures) tocaram US$ 0,2759, sendo esse o maior valor em 12 anos.
“Me parece absurdo, nós como sociedade civil, falarmos em paridade do etanol se queremos uma agenda construtiva e disruptiva de energia limpa. Me incomoda veículos de imprensa ‘ensinando’ quando compensa colocar gasolina no carro. Se a nossa agenda é de descarbonização, sempre compensa colocar etanol no carro”, explica.
Potencial do açúcar e etanol
Para Guilaumon, o “potencial gigantesco” do etanol e da cana-de-açúcar para a geração de energia limpa não pode ser deixado de lado.
“O meu sonho é ver a paridade ‘elas por elas’, sem afetar o consumo de etanol. No entanto, o que nos preocupa nesse setor são intervenções como vistas anteriormente. Estamos vivenciando uma queda nos preços do etanol que é reflexo de redução de carga tributária. Não que essa redução seja negativa, mas, quando isso acontece, há um desequilíbrio no consumo. Dessa maneira, essas estratégias devem ser executadas juntas dessa agenda verde”, discorre.
Além disso, o CEO cita que as usinas têm voltado o mix produtivo mais para o açúcar, ainda que isso seja limitado.
“Se as usinas pudessem produzir 70% de açúcar e 30% de etanol, elas certamente o fariam. Eu sou muito otimista no médio prazo e acredito que o biocombustível vai ganhar competitividade, isso em função dessa redução na carga tributária e as altas do petróleo no mercado internacional”, conclui (Money Times, 19/9/23)