A Aliança Global para os Biocombustíveis foi lançada neste sábado (9/9) durante a cúpula do G20, em Nova Déli, sob liderança de Brasil, Estados Unidos e Índia, os três maiores produtores nesse campo.
A iniciativa, que conta com mais 16 países, busca promover a produção e consumo de combustíveis como o etanol no mundo, em especial em economias em desenvolvimento do Sul Global, dentro de uma agenda de transição energética para fontes menos poluentes.
A iniciativa foi comemorada pelo Itamaraty e pelo setor privado brasileiro, que consideram que os biocombustíveis têm tido seu potencial pouco valorizado, frente a outras opções mais caras, como carros elétricos.
“É como se fosse uma energia meio vira-lata e agora está recebendo uma chancela”, disse à BBC News Brasil um diplomata que acompanha o tema.
Críticas têm partido historicamente, sobretudo, de países europeus, que questionam quão sustentáveis os biocombustíveis são de fato.
Desmatamento para abertura de novos campos de plantação e a ocupação de terras usadas para produção de alimentos são fatores apontados como problemas dessa produção.
Já os defensores da nova aliança dizem que ela visa, justamente, promover a produção sustentável de biocombustíveis, com o compartilhamento de conhecimento e tecnologia de países como o Brasil, e o uso de terrenos já desmatados.
Uma iniciativa brasileira que pode ser compartilhada, segundo fontes do Itamaraty, é o RenovaBio, programa criado pelo Ministério de Minas e Energia em 2016 que realiza a certificação da produção de biocombustíveis de acordo com suas reduções na emissão de gases do efeito estufa, permitindo aos produtores comercializarem créditos de carbono.
Na visão desses diplomatas, a resistência histórica de países europeus contra biocombustíveis, em geral justificada na preocupação com o desmatamento, está também relacionada ao interesse desses países em vender suas tecnologias, como os carros elétricos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia de lançamento ao lado do presidente americano, Joe Biden, e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mas não houve discursos devido à agenda corrida durante a cúpula.
“Hoje, a necessidade do momento é que todos os países trabalhem juntos na área de mistura de combustíveis. Nossa proposta é tomar uma iniciativa em nível global para levar a mistura de etanol à gasolina a até 20%”, disse Modi, em outro momento da cúpula.
No Brasil, a gasolina já tem 27,5% de etanol em sua mistura, e o governo estuda aumentar esse percentual para 30%.
Crescimento do mercado vai gerar negócios para o Brasil
A ideia da aliança é que biocombustíveis sejam mais usados globalmente, não só no transporte automotivo, mas também em aviões e embarcações.
A Organização Internacional da Aviação Civil já adotou metas ambiciosas de redução de emissões de carbono que começam a valer em 2027, enquanto o setor marítimo está finalizando o processo para isso.
Os biocombustíveis líquidos já são um quinto (cerca de 20%) do consumo energético dos transportes do Brasil, mas no mundo esse percentual é de apenas 4%.
Segundo a Agência Internacional de Energia, a produção global precisa triplicar até 2030 para que o mundo possa alcançar emissões líquidas zero de carbono até 2050.
Um mercado mundial mais robusto pode render negócios ao Brasil, que é liderança na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar e poderá exportar carros flex (movidos a gasolina e etanol) e tecnologia, exemplifica Plinio Nastari, presidente da Datagro Consultoria e integrante do Conselho Nacional de Política Energética.
“O mundo vai produzir mais, vai precisar de equipamentos. Qual é o maior produtor mundial de equipamento para produção de etanol? É o Brasil”, disse à reportagem.
Nastari concorda que os biocombustíveis foram por muito tempos tratados como uma energia “vira-lata”. Ele ressalta que estão sendo desenvolvidos usos mais modernos dessa energia, como sua aplicação em carros movidos a hidrogênio.
“Sendo um carregador de hidrogênio, o etanol permite que você faça a distribuição de hidrogênio na forma de um combustível líquido, de forma prática, econômica e segura. E a transformação desse combustível líquido etanol em hidrogênio ocorre no ato do consumo”, explicou.
“O hidrogênio tem um conteúdo de energia muito concentrado. Então, a eficiência da motorização a hidrogênio é muito alta. Vamos poder ter um carro que vai fazer 25 quilômetros por litro de etanol, mas etanol na forma de hidrogênio, não na forma de combustível. Enquanto os carros utilizando o etanol (convencional) hoje fazem oito, onze, quatorze quilômetros por litro, no caso dos híbridos”, afirma Nastari.
Alternativa para o Sul Global
A tentativa de expandir o mercado mundial de etanol é uma agenda antiga do Itamaraty e do setor privado brasileiro, liderado pela Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar).
No seu segundo mandato presidencial, Lula chegou a assinar um acordo com o presidente americano George W. Bush em 2007, com objetivo de promover os biocombustíveis no mundo, mas os avanços foram tímidos.
Naquele momento, Bush chegou a se referir a Lula como o “evangelizador do etanol”, devido à forte campanha do brasileiro em favor dessa opção energética.
Para o Itamaraty, a aliança firmada na Índia é uma iniciativa que se encaixa perfeitamente nos objetivos da política externa brasileira de promover o desenvolvimento do Sul Global.
Isso porque a adoção dos biocombustíveis é considerada uma alternativa mais barata de energia sustentável para o transporte do que, por exemplo, a eletrificação da frota. Além disso, também é mais intensiva em mão de obra, podendo gerar mais emprego e renda.
Etanol, a aposta indiana com pitada brasileira
O Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo, atrás dos Estados Unidos.
Já a Índia se tornou recentemente o terceira maior, após o governo Modi apostar com mais força nessa opção energética, processo que contou com o apoio do governo e do setor privado brasileiros por meio de acordos de cooperação.
Devido à velocidade do avanço, o país inclusive antecipou de 2030 para 2025 a meta de adicionar 20% de etanol à gasolina, após atingir antecipadamente a meta de 10% do ano passado.
A Índia é um grande produtor de cana de açúcar (uma das matérias-primas do etanol) ao mesmo tempo que é o maior importador de petróleo do mundo. Por isso, a ampliação do uso de biocombustíveis passou a ser vista como um importante trunfo para a segurança energética do país e economia de divisas.
“O que no fundo essa aliança global vai fazer é justamente construir um processo de cooperação para que sejam acelerados os processos de adoção da bioenergia como substituto a fontes energéticas fósseis”, disse à reportagem o presidente da Única, Evandro Gussi.
“Essa ideia nasce de um exemplo concreto: o que os setores público e privado do Brasil têm feito com a Índia nesses últimos anos é compartilhar a nossa experiência na produção de bioenergia, especificamente de etanol”, reforçou (BBC Brasil, 9/9/23)
O que esperar da aliança por etanol que reúne Brasil, Índia e EUA e mais 16 países
Por Felipe Frazão
Iniciativa aposta em disseminar biocombustível em países emergentes como meio de energia limpa, mas esbarra em demanda mundial baixa, segundo analistas.
Brasil, Índia e Estados Unidos planejam lançar neste sábado, 9, uma aliança global de biocombustíveis, como forma de fomentar, sobretudo, a produção e o consumo do etanol no mundo. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden, e o anfitrião, o primeiro-ministro Narendra Modi, lideram a iniciativa e participam do evento de lançamento, em paralelo à 18ª Cúpula do G-20, em Nova Délhi.
A iniciativa conta com o apoio do setor produtor de etanol no Brasil, e o governo vê na Índia um mercado potencialmente interessante para o biocombustível brasileiro. Analistas alertam, no entanto, que a demanda mundial pelo produto ainda é muito baixa.
A aliança de biocombustíveis reúne três dos cinco principais produtores de etanol do mundo. Os EUA, com seu etanol de milho, respondem por 55% da produção mundial, segundo a RFA (Associação de Combustíveis Renováveis). Na vice-liderança do ranking, o Brasil produz o equivalente a 27% desse total. A Índia é a quinta colocada, com 3%, atrás da UE, com 4,8% e da China, com 3,1%.
De olho em mercados emergentes
A ideia da aliança, batizada de Global Biofuels Alliance – GBA (em inglês) surgiu de uma demanda da indústria de produção de etanol, que começou a se articular em janeiro com representantes do setor nos demais países. Participam as associações do setor privado de cada país: a brasileira Única, a indiana Isma – Indian Sugar Mills Association -, a norte-americana US Grains Council e a europeia ePure. Elas acabaram adiando o projeto, para inserir o setor público. Em julho, os ministros de Energia dos três países que encabeçam a estratégia lançaram a iniciativa em Goa, em reunião preparatória do G-20.
O plano é vender biocombustível a nações em desenvolvimento, que podem ter no uso do etanol uma forma de redução da pegada de carbono no setor de transporte, seja terrestre, aéreo ou marítimo.
Nesse cenário, governo e setor privado apostam que a expansão do mercado global de etanol vai abrir caminho ainda para maior inserção no mundo da engenharia automotiva brasileira, que poderá virar uma referência por já ter consolidado o desenvolvimento de veículos a etanol, bi-combustíveis e autopeças.
Biocombustíveis e descarbonizaçao
Evandro Gussi, presidente da principal associação brasileira do setor, a Única (União da Indústria de Cana de Açúcar e Bionergia), afirma que o futuro é da coexistência de alternativas aos combustíveis fósseis. Segundo ele, o mercado vai se expandir globalmente nos próximos 25 anos com demanda crescente pelos biocombustíveis – até três vezes maior no transporte terrestre – e o desafio é convencer as indústrias a considerarem o etanol como alternativa em diversos mercados, para adaptação de automóveis, de aviões e embarcações.
O argumento da Única é que nem sempre a solução da eletrificação basta. A Índia é considerada um caso que exemplifica o problema. Cerca de 76% da energia elétrica do país vem de combustíveis fósseis, sobretudo a queima de carvão mineral, um grande emissor de poluentes, que responde por cerca de 70%. Portanto, eletrificar a frota nacional não bastaria. É daí que vem a aposta no etanol. A África do Sul é outro exemplo de mercado potencial.
“Temos que descarbonizar. Como vamos fazer depende da melhor solução, do que é mais apto para a situação econômica, social e ambiental de cada país e região”, afirma Gussi. “Eletrificação não é sinônimo de descarbonização. Se a energia elétrica é mais suja, o carro a etanol pode ser melhor do que o elétrico. Vamos ter espaço para os dois. “
“Desde segurança para motores, sistema de injeção dos veículos, até controle da pegada de carbono, o Brasil produziu muita informação. A troca com indianos em larga escala fez com que entendêssemos mais e criamos um centro de excelência virtual onde tem um repositório desse material. A ideia agora é que isso se expanda numa aliança global de modo a acelerar esses processos nos demais países com vocação na Ásia, na África e na América Latina.”
Índia como mercado estratégico
Além do setor privado, o Itamaraty também vê o mercado indiano é estratégico. O governo de Narendra Modi anunciou recentemente um plano para aumentar a mistura do etanol na gasolina para 20%, até 2025. O primeiro-ministro passou a considerar o etanol como uma das prioridades estratégicas do país. Em 2019, a mistura era de 1,4% na gasolina, e agora está no patamar de 10%.
“Não vamos exportar etanol para a Índia, mas garantir que possa ser parte da solução de descarbonização. Já existe na Índia a definição política de que o etanol é parte da solução, medida de segurança energética e de criação de empregos”, diz o embaixador do Brasil em Nova Délhi, Kenneth Nóbrega.
“Vamos consolidar o etanol como rota tecnológica. Vamos exportar conhecimento, A oportunidade de ganharmos dinheiro é com o motor flexfuel, na cadeia de produção industrial, com propriedade intelectual, know-how, melhoria de processos na indústria do açúcar, máquinas e tecnologia de autopeças”, acrescenta.
Baixa demanda internacional
Na avaliação de João Victor Marques, pesquisador da FGV Energia,no entanto, um dos desafios da aliança será lidar com um mercado global que ainda tem uma baixa demanda pelo biocombustível. “Precisa criar uma demanda que muitos países não têm”, diz Marques.
Hoje, a participação do biocombustível na matriz de consumo energético nos transportes é de 21% no Brasil, mas, na média global, é de apenas 4%. “Não tenho clareza de quais serão os instrumentos dessa cooperação que vai surgir entre os países, mas deve trazer algum tipo de geração de fomento de negócios”, afirma o pesquisador.
Ainda de acordo com o especialista da FGV, a nova aposta no etanol precisa alcançar mais países para funcionar. “Esforços foram feitos no passado, no governo Bush e nos primeiros governos Lula, para tornar o etanol uma commodity internacional. Era uma iniciativa mais bilateral e que acabou sem um alcance global”, lembra.
A Única também reconhece a necessidade de expansão do etanol para outros países. “Temos uma solução tecnológica que entrega a descarbonização que o mundo precisa, mas ela está muito concentrada no Brasil. Ficar com uma solução isolada, ilhada, em energia, não é inteligente. Ninguém quer um novo gás russo, ninguém quer um novo Oriente Médio da década de 1970″, cita Evandro Gussi.
Como funcionará a aliança
A aliança deve ser lançada com 19 países participantes, segundo estimativas de fontes envolvidas no projeto. Os países já deixaram prontos os protocolos de adesão e participação, com minutas de textos negociadas por diplomatas e os respectivos órgãos governamentais de energia. Eles vão criar uma organização interna da GBA.
Brasil, Índia e Estados Unidos querem criar um “cinturão de bioenergia”, na zona tropical, para irradiar conhecimento, disseminar o consumo e estimular a produção etanol pelo mundo. A aliança vai fomentar ainda o biodiesel, o biometano e os SAF (Sustainable Aviation Fuels), cujo desenvolvimento também pode incluir o uso do etanol, por meio do processo conhecido como ATJ (Alcohol‐to‐Jet), para obtenção de bioquerosene de aviação.
Entre os membros confirmados estão Argentina, Canadá, Paraguai, Bangladesh, Ilhas Seychelles, Ilhas Maurício, Quênia, Uganda e Emirados Árabes Unidos. Há interesse do setor de abrigar mais países em desenvolvimento na Ásia e na África. Na Europa, a Itália foi um dos únicos a manifestar interesse em ingressar, de acordo com embaixadores a par das negociações. Países da América Central também são vistos como potenciais integrantes.
Além do Brasil, Índia e Estados Unidos, estarão representados no lançamento a África do Sul, a Argentina, os Emirados Árabes Unidos, a Itália e as Ilhas Maurício, dentre os membros da aliança; e Bangladesh, Canadá e Singapura, como observadores, segundo o governo federal.
Entre os países vistos como potenciais produtores em grande escala, mapeados pelo setor privado, estão Indonésia, Tailândia, Vietnã, Paquistão, Filipinas, África do Sul, Moçambique, Angola, Quênia, Etiópia, Colômbia, Panamá e El Salvador (Estadão, 9/9/23)
Brasil lança aliança global de biocombustíveis e reforça críticas a ‘colonialismo ambiental’ europeu
Presidente Joe Biden, primeiro-ministro Narendra Modi e presidente Lula. Foto: Evelyn Hockstein Associated Press Estadão Conteúdo
O assunto também será levantado na conversa bilateral que Lula terá com Macron.
O Brasil reforçou sua cruzada contra o que considera ser um neocolonialismo ambiental da União Europeia. O governo brasileiro incluiu no comunicado do G20 uma crítica à legislação europeia antidesmatamento, com apoio da Indonésia, outra potência florestal, e às exigências ambientais que a UE quer incluir em seu acordo comercial com o Mercosul. O documento ressalta a necessidade de evitar políticas ambientais discriminatórias, que violem regras da Organização mundial de comercio (OMC). A lei europeia, que entrou em vigor em junho, prevê sanções contra países que não comprovarem as empresas que exportações de óleo de palma, soja, café, cacau, carne e outros não estão ligadas a desmatamento ocorrido após 31 de dezembro de 2020.
O assunto também será levantado na conversa bilateral que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá com o presidente francês, Emmanuel Macron, no domingo (10) de manhã. Lula já criticou publicamente esse tipo de exigência.
“Expus à presidente Von der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do país e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento. A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções”, disse Lula em junho, após reunião com Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Na semana passada, o embaixador do Brasil na UE e embaixadores de mais 12 países enviaram uma carta a representantes da UE dizendo que a legislação é discriminatória e não é consistente com as regras da OMC.
A missiva afirma que a lei europeia não leva em conta “circunstâncias e as capacidades locais, as legislações nacionais e os mecanismos de certificação dos países produtores em desenvolvimento, bem como seus esforços para combater o desmatamento e os compromissos assumidos em foros multilaterais”.
Nos temas ambientais, recentemente o Brasil tem se alinhado mais com os EUA do que com a UE. Ao lado do governo americano e indiano, Brasília também incluiu no texto do G20 mençao à Aliança Global de Biocombustíveis, uma iniciativa liderada pelos tres países, e com participação de outras 19 nações. A UE resistiu, a princípio, porque, ao lado da China, aposta mais na energia elétrica como principal vetor da transição energética.
A Aliança será lançada neste sábado (9) às margens da cúpula do G20, em Deli, com participação do presidente Lula, do presidente dos EUA, Joe Biden, e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
O objetivo é estimular a produção e o consumo do etanol no mundo. No total, 19 países participam da iniciativa.
Os EUA respondem por 55% da produção mundial, seguidos pelo Brasil, com 27%. A Índia é a quinta maior produtora, com 3%, atrás da UE, com 4,8%, e da China, com 3,1%.
Os EUA produzem etanol de milho, menos competitivo e eficiente que o etanol. Mas o lobby dos produtores de milho nos EUA é poderoso e o governo busca formas de escoar a produção, ainda mais diante das tensões nas relações com a China, que eram um dos principais importadores do milho americano e cortaram significativamente suas compras. Além disso, a eletrificação avança nos EUA.
Segundo Evandro Gussi, presidente da União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia (UNICA), a aliança deve reforçar o tipo de cooperação que o Brasil já tem com a Índia e disseminar para outros países. Segundo ele, há quatro anos, o Brasil passou a compartilhar com os indianos tecnologia de etanol, o que teria acelerado o programa indiano.
“Com a aliança, esse movimento (com essa iniciativa e outras que desenvolvermos) será acelerado e poderá ser levado a mais países com vocação para bionergia ao mesmo tempo”, diz Gussi.
A Índia tem uma matriz energética muito dependente do carvão, que responde por cerca de 70% do consumo de energía – e, apesar de ter uma emissão de CO2 per capita baixa, é o terceiro maior emissor do poluente no mundo. Nos últimos sete anos, segundo a consultoria Embers, as emissões da Índia cresceram 28,9% e o país luta para ter mais energia de fontes limpas. Ao mesmo tempo, a Índia tem grandes excedentes de açúcar, que podem ser usados para produzir etanol (Folha, 9/9/23)