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Etanol: Tereos deve faturar US$ 100 mi com incremento de vendas para a UE

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Com duas usinas recém-certificadas para exportar etanol ao mercado europeu, a Tereos Brasil pretende mandar para a Europa 25% de sua produção do biocombustível na safra 2022/23 (estimada em 520 milhões de litros). É o maior volume embarcado ao exterior da história da companhia e deve representar um faturamento de US$ 100 milhões.

Ao Broadcast Agro, o diretor comercial da Tereos, Gustavo Segantini, disse que o continente se tornou “uma boa saída” para as usinas brasileiras depois que o biocombustível perdeu vantagem no mercado interno, com a redução das alíquotas que recaíam sobre os combustíveis fósseis.

Segundo dados da Datagro Price-Reporting Agency (PRA) repassados ao Broadcast Agro, o preço do etanol anidro de São Paulo no porto gira em torno de R$ 3.102,61 por metro cúbico. Já o preço do biocombustível com destino à União Europeia chegou a R$ 4.162,62 por metro cúbico em agosto, conforme informações da Comex Stat compiladas pela Datagro.

“A participação do etanol no Ciclo Otto brasileiro (frota de veículos de carga leve) caiu e ter a opção de exportar para a Europa, no nível de preços que temos visto hoje, foi um negócio super saudável para as usinas”, afirma Segantini.

A Tereos tem sete usinas no Brasil e quer certificar todas elas para vender o produto ao mercado europeu, com foco nos Países Baixos e no Reino Unido. Incorporadas, as novas plantas exportadoras elevariam a capacidade de produção ao bloco para 35% do total da companhia.

A empresa não é a única a mirar nesse mercado. Segundo a Datagro, uma análise prévia aponta que, apenas em setembro, 11 navios carregados com etanol devem sair dos portos do País com destino à Europa. No acumulado do ano, a consultoria prevê que 37 embarcações já tenham viajado para o continente.

A crise energética na Europa, desencadeada pela guerra da Rússia com a Ucrânia, abriu espaço para o etanol brasileiro naquela região. Um impulso adicional veio no momento em que países do bloco decidiram promover incentivos econômicos para a mistura de biocombustíveis à gasolina.

Segantini considera que o etanol entrou “para ficar” no continente europeu, à medida que aumenta a conscientização ambiental e a necessidade de reduzir a dependência do petróleo, especialmente após os temores de desabastecimento causados pela guerra.

“Se melhorarmos a visão do consumidor de lá de que o carro a etanol é muito mais eficiente, ambientalmente falando, do que o carro elétrico, o mercado (de etanol) na Europa terá um potencial gigantesco”, acrescenta (Broadcast, 26/9/22)

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