Ação pode explicar intenção da montadora em investir somente em veículos elétricos
Nas últimas semanas, a política de eletrificação da GM no Brasil sofreu duras críticas, especialmente pela decisão de não investir em carros híbridos. Nos EUA, a montadora foi duramente criticada por suas picapes elétricas – Silverado e Hummer – por serem antiecológicas e perigosas, indo na contramão do mercado renovável.
Dessa forma, durante um seminário organizado pelo Automotive Business, no início deste mês, o diretor de relações-públicas e governamentais da General Motors Brasil, informou que a empresa sairá dos carros com motores a combustão diretamente para os elétricos, sem investimentos nos carros híbridos.
Essa decisão pode ter sido motivada pelo mercado americano, que está dando atenção aos carros elétricos ao invés de observar os carros hidro s. Dessa forma, a engenharia da matriz não pretende desenvolver mais a tecnologia que incorpora motores a combustão e elétricos na mesma plataforma.
Diretor da GM é criticado devido a exclusão dos carros híbridos
Durante o seminário, os presidentes da Toyota, Stellanis e associação dos fabricantes condenaram a decisão da GM. Segundo eles, a eletrificação é o futuro do automobilismo, entretanto, discordam que os carros elétricos são a única maneira de atingir essa meta. Eles acreditam que o etanol deve estar presente na busca global de emissões de CO2.
Dessa forma, foi exposto que a GM finge desconhecer a importância desse combustível para as metas de descarbonização no Brasil e no mundo. Além disso, a emissão de gases poluentes dos carros híbridos, movidos a etanol, é inferior a do elétrico, pelo menos no Brasil. Além disso, o país possui modelos híbridos que emitem menos do que nos EUA, pois as fontes de energia elétrica brasileiras são mais limpas do que as deles.
O Etanol é um passo significativo para a eletrificação
Em seguida, a representante da Stellanis afirmou que a combinação de biocombustível com eletrificação é o caminho mais inteligente para que o Brasil alcance suas metas de descarbonização, inclusive, ela ainda apontou que é a forma mais rápida.
Por outro lado, a Toyota afirmou que a eletrificação não é somente no futuro do planeta, mas também no presente. Dessa forma, eles defenderam diferentes tecnologias para cada país. Como exemplo, citaram que a Toyota produz modelos híbridos (flex e plug-in), elétricos e com celulas a combustivel. Além disso, especulações apontam que a Toyota desenvolve também o hidrogênio para alimentar seus motores à combustão. Em seguida, Limite Leita, representante da Anfavea, apontou que a GM está indo pelo caminho errado, pois alguns mercados não têm alternativa ao elétrico, mas o Brasil, sim. Para ele, é essencial a combinação da eletrificação com o etanol.
GM poderá ter limitação no Brasil
A decisão da GM de eliminar os carros híbridos poderá limitar seu volume no mercado braisleiro, pois os carros elétricos deverão ser carros de nicho, com valores muito elevados devido a sua grande autonomia, ou serão compactos e urbanos com baterias menores para redução de custo. Entretanto, eles terão menos alcance. Além disso, existe o agravante de várias regiões do país ainda não contarem com um volume considerável de eletropostos (Click Petróleo e Gás, 25/9/22)