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Agronegócio perde espaço na economia brasileira neste ano

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Alta de custos pressiona, e PIB do setor recua 2,48% no primeiro semestre.

Os fortes custos que recaem sobre a agropecuária começam a interferir no PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio.

Os custos afetam a atividade agropecuária, encurtam margens, reduzem a produção de alguns produtos e afetam a agroindústria e as atividades de serviços voltadas para o setor.

O resultado é que o agronegócio, após dois anos de recordes de crescimento e aumento da representatividade na economia brasileira, perde espaço em 2022.

A participação do agronegócio no total da economia, que era de 27,7% no primeiro semestre de 2021, caiu para 25,5% neste ano, conforme dados de avaliação do PIB apurados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

No primeiro semestre deste ano, o PIB do agronegócio caiu 2,48%, queda provocada pelas retrações de 2,71% no ramo agrícola e de 1,82% no da pecuária.

Um dos motivos da retração do PIB foi o aumento dos custos dos insumos. A alta desses produtos no semestre foi de 22,5%, o que provocou uma queda de 8,9% do PIB das atividades agrícolas dentro da porteira.

A indústria, também afetada pela elevação dos custos, caiu 0,27%, enquanto o setor de serviços, apertado por uma redução de atividades, recuou 3,21%.

No ramo agrícola, a forte alta de 32% dos insumos específicos para o setor auxiliou na queda de 14% do PIB agrícola primário, que mede as atividades dentro da porteira. A agroindústria e o agrosserviço também foram afetados.

No ramo pecuário, a queda do PIB foi de 1,82%, amenizada pela redução dos insumos específicos para o setor, vinda principalmente da ração.

As agroindústrias e o segmento de agrosserviços voltados para o ramo pecuário tiveram quedas maiores do que os do ramo agrícola, segundo o Cepea e a CNA.

Com base nestes números do Cepea, mas com a metodologia do IBGE, o PIB teria subido 0,64% no semestre, com altas de 0,22 no ramo agrícola e de 1,86% no da pecuária.

O IBGE adota o critério de avaliar o volume de produção. Já o PIB do Cepea e da CNA reflete a renda real do setor, sendo consideradas no cálculo variações de volume e de preços reais (Folha de S.Paulo, 22/9/22)

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