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Relatório do TCU aponta R$ 10,6 milhões de sobrepreço em obras em estradas

Fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou indícios de sobrepreço e possíveis desvios no valor de R$ 10,6 milhões em obras de recuperação de estradas vicinais feitas com verbas do Ministério da Agricultura.

O relatório cita quatro cidades de Mato Grosso, base eleitoral do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD). Ele foi vice-governador, é senador licenciado e uma das principais lideranças políticas do estado (UOL, 6/10/25

Além disso, o relatório constatou problemas como má estruturação da política pública para adequação de estradas vicinais e desigualdade na distribuição de recursos entre os estados.

Após vistoria, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de sobrepreço e possíveis desvios no valor de R$ 10,6 milhões em obras de recuperação de estradas vicinais feitas com verbas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que está sob comando de Carlos Fávaro.

Além disso, o relatório constatou problemas como má estruturação da política pública para adequação de estradas vicinais e desigualdade na distribuição de recursos entre os estados. O Ministério tem 180 dias para esclarecer os fatos.

As irregularidades teriam acontecido em convênios nos municípios de Canarana, Alta Floresta, Querência e Gaúcha do Norte.

A fiscalização foi solicitada pelo Congresso Nacional devido à importância dos repasses feitos pelo Mapa para esses projetos, especialmente em Mato Grosso. Entre 2019 e 2023, Fávaro transferiu R$ 9,2 bilhões para diferentes projetos, sendo que R$ 297,3 milhões foram fiscalizados, correspondendo a 14 transferências voluntárias selecionadas.

Conforme o relator do processo, ministro Walton Alencar Rodrigues, a política pública para adequação de estradas vicinais não está bem estruturada: faltam diagnósticos, critérios claros para escolher os beneficiários, indicadores para monitorar os resultados e controle sobre a eficiência e eficácia dos gastos. Além disso, os recursos são distribuídos de forma desigual entre os estados.

Outro problema foi a realização de licitações presenciais sem justificativa adequada, o que restringiu a competição e resultou em contratos mais caros para o governo. Também foram encontrados indícios de superfaturamento em uma obra na estrada RM-01, em Canarana, onde pagamentos foram feitos com valores superiores ao necessário devido a erros no projeto básico e falhas na fiscalização.

Em 2023, o Palácio do Planalto teria repreendido Fávaro após a divulgação de que ele havia destinado, no fim de junho, R$ 127 milhões em emendas para algumas cidades de Mato Grosso, entre elas Canarana e Campo Verde.

O valor teria sido destinado à manutenção e recuperação de estradas que atendem diretamente às fazendas de Eraí Maggi. Em Canarana, que recebeu a maior quantia, foram destinados R$ 26,3 milhões para um dos trechos da obra prevista para atravessar a Fazenda Cocal, que pertence à empresa.

Ainda conforme a auditoria, os projetos de engenharia apresentaram problemas como falta de dados para controle e erros na caracterização dos serviços, o que facilitou sobrepreços e superfaturamento. Por fim, houve falhas na fiscalização e no acompanhamento das obras, permitindo medições e pagamentos indevidos por serviços que não foram realizados conforme o planejado.

Sobrepreço e superfaturamento

Segundo reportagem publicada pelo UOL, a auditoria apontou pagamento de quase R$ 1,6 milhão por transportes que não aconteceram. A suspeita surgiu ao analisar a jazida indicada como fonte de cascalho para a recuperação de estradas vicinais na cidade de Canarana.

A jazida fica 34,68 km distante da obra. Foi pago R$ 1,6 milhão para caçambas fazerem este trajeto. Cálculos do TCU indicaram que o custo do serviço não passava de R$ 100 mil. Fiscais descobriram que as viagens não aconteceram.

De acordo com o TCU, o valor pago foi R$1,6 milhão, sendo que o custo real era R$ 96 mil, ou seja, uma diferença de R$ 1,5 milhão.

O documento também indica R$ 3,8 milhões em sobrepreço nas obras e R$ 5,2 milhões em gastos com custeio acima do justificável (Imprensa Digital, 9/10/25)

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