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Vale assina acordo para desenvolver planta de hidrogênio verde no Brasil

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Mineradora avança em parcerias com europeia para atender siderurgia de baixo carbono.

A Vale e a GEP (Green Energy Park) assinam nesta terça-feira (1) parceria para desenvolvimento de uma unidade de produção de hidrogênio verde no Brasil. O foco é atrair fabricantes de matéria-prima para atender ao processo de descarbonização da siderurgia europeia.

É o segundo acordo do tipo assinado pela mineradora, com objetivo de aproveitar energia renovável brasileira para transformar seu minério de ferro em um produto chamado HBI (hot-briquetted iron, ou ferro-esponja), que pode reduzir em até 80% as emissões na produção de aço.

“Estamos aproveitando as vantagens competitivas do Brasil, como minério de ferro de alta qualidade e energia renovável abundante”, diz Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da Vale. “Ao mesmo tempo, induzimos a neoindustrialização do Brasil, baseada na economia de baixo carbono.”

A parceria segue um modelo que a Vale batizou de Mega Hub, que busca viabilizar complexos industriais de produção de produtos siderúrgicos de baixo carbono. Em setembro, a empresa havia assinado acordo semelhante com a sueca H2 Green Steel.

Nascimento explica que o acordo assinado nesta terça prevê que a Vale invista na primeira etapa de beneficiamento do minério, a aglomeração em pelotas ou bríquetes. A GEP produziria o hidrogênio verde para que um terceiro parceiro o transforme em HBI.

Ainda não há detalhes sobre valor do investimento ou local da unidade, mas a preferência é que fique perto da estrutura da mineradora, que tem produção e logística concentradas em Minas Gerais e entre o Pará e o Maranhão.

A diretora da Vale ressalta que setor siderúrgico responde por aproximadamente 8% do total de emissões de carbono do mundo, principalmente com o uso de carvão em altos-fornos. O custo de produção na Europa será pressionado nos próximos anos com o avanço da taxação sobre o carbono.

A produção de aço com fornos elétricos e HBI reduz de 2 para 0,4 tonelada de carbono emitido por cada tonelada do material produzida. “Estamos provendo soluções para um problema que a Europa tem, que é a descarbonização para a siderurgia”, afirma Nascimento.

A GEP se compromete a aportar tecnologia de produção eficiente de hidrogênio verde, visto como uma das principais alternativas para a transição energética, por sua capacidade de substituir combustíveis fósseis em processos industriais.

“A colaboração entre nossas empresas tem como objetivo levar nossa tecnologia líder de hidrogênio verde para o núcleo dos setores de difícil abatimento, oferecendo uma plataforma altamente competitiva para a produção de aço verde na Europa e em todo o mundo”, diz, em nota, Bart Biebuyck, CEO da GEP.

Em abril, a Vale anunciou que antecipou em dois anos a meta de ter 100% da energia elétrica consumida por suas operações brasileiras provenientes de fontes renováveis. A mineradora mira agora a redução das emissões de fósseis em suas minas e infraestrutura de transporte.

A empresa quer zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050, mas estabeleceu metas intermediárias, como a de limpar o mix de energia elétrica que consome e de reduzir em um terço suas emissões na produção de minério até 2030.

Nos últimos meses, anunciou parcerias com fabricantes de caminhões fora de estrada para o desenvolvimento de motores com biocombustíveis e elétricos para suas operações nas minas, um dos grandes desafios nesse processo (Folha, 2/10/24)

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