No segundo trimestre da atual safra 2023/24 (julho, agosto e setembro), as médias dos Indicadores mensais CEPEA/ESALQ dos etanóis anidro e hidratado no estado de São Paulo fecharam abaixo das registradas no trimestre anterior.
No caso do etanol anidro, considerando-se os negócios no mercado spot e também de contrato, a média do último trimestre foi de R$ 2,523/litro, contra R$ 2,9948/litro entre abril e junho deste ano, recuo de 15,8%, em termos reais (IGP-M de setembro).
Para o etanol hidratado, a média dos Indicadores mensais – somente mercado spot – foi de R$ 2,1693/litro no último trimestre, baixa de fortes 17% no mesmo comparativo. E as desvalorizações no segmento produtor aconteceram mesmo em um cenário de vantagem de preços do biocombustível sobre a gasolina C nas bombas paulistas, movimento iniciado em finais de junho.
O bom desempenho da produção de etanol na temporada atual e o consequente aumento da oferta, associado à demora da resposta do comprador para voltar a usar biocombustível, foram responsáveis pela queda de preço significativa verificada para o hidratado.
Os melhores resultados de venda nas bombas para o etanol hidratado começaram a acontecer somente nos meses seguintes (julho, agosto e setembro), quando a relação média de preços entre os dois combustíveis ficou em 63,9% – dados compilados pelo Cepea com base na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP).
No período de abril a junho deste ano, a relação média chegou a ficar em 71,6%. Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), no acumulado desde o início da safra 2023/24 (abril/23) até o último dia 16 de setembro, foram produzidos 21,21 bilhões de litros de etanol, crescimento de 5,54% em relação ao mesmo período da temporada anterior, sendo 12,4 bilhões de hidratado (+1,64%) e 8,79 bilhões de anidro (+11,59%).
Nas semanas cheias de setembro, no segmento produtor, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 2,1816/litro, alta de 1,36% na comparação com o período anterior. No caso do etanol anidro, porém, considerando-se somente o mercado spot, a média ficou em R$ 2,5142/litro, queda de 7% no mesmo comparativo. Já no segmento varejista, dados da ANP mostram que a relação de preços entre os dois combustíveis seguiu vantajosa para o biocombustível em São Paulo em setembro. No mês, a relação esteve em 61,7%, ante 62,8% em agosto.
NORDESTE
As chuvas que atingiram o Nordeste em setembro descontinuaram a moagem da cana e a produção de etanol em alguns períodos. Na Paraíba, estado em que a produção vem se consolidando, o Indicador mensal do hidratado CEPEA/ESALQ subiu 1,37% frente a agosto, fechando em R$ 2,6555/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins) em setembro.
Para o Indicador mensal do anidro, a média foi de R$ 2,9838/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 0,94% contra o mês anterior. No estado de Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 2,6900/litro (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins) em setembro, elevação de 0,55% frente a agosto.
No caso do etanol anidro, não houve dados suficientes para divulgar a média mensal. Em Alagoas, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 2,5389/litro (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins) em setembro, desvalorização de 3,20% frente a agosto.
Para o Indicador mensal do anidro, a média foi de R$ 2,8876/litro (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins), baixa de 15,58% frente a julho/23 (último Indicador divulgado) (Assessoria de Comunicação, 6/10/23)