Países exportadores de petróleo defendem que ‘todas as vozes estejam na mesa’ na conferência em Dubai.
A reunião internacional deste ano para enfrentar a crise climática terá, pela primeira vez, uma presença importante de uma organização que prevê aumento na demanda por petróleo até meados do século.
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) terá um pavilhão na COP28, o principal evento climático das Nações Unidas, que será realizado no final de novembro em Dubai, de acordo com o Secretário-Geral Haitham Al-Ghais.
“A indústria do petróleo estará presente na COP e nós estaremos lá”, disse ele em um fórum da Gulf Intelligence em Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, na terça-feira (10). “Espero que todas as vozes estejam na mesa na COP28.”
Houve críticas generalizadas à presença da indústria do petróleo na COP28 e à decisão dos Emirados Árabes Unidos de nomear Sultan al-Jaber, chefe da Adnoc (Abu Dhabi National Oil Company), como presidente da cúpula do clima. A Adnoc está trabalhando na expansão da capacidade de produção de petróleo bruto nos Emirados Árabes Unidos, o terceiro maior produtor da Opep.
O consumo de petróleo aumentará 16% nas próximas duas décadas, chegando a 116 milhões de barris por dia em 2045, cerca de 6 milhões a mais por dia do que o previamente previsto, afirmou a Opep em seu Relatório de Perspectivas Mundiais do Petróleo.
A Opep elevou suas previsões para a demanda global de petróleo até meados do século, mesmo com o mundo tendo de se afastar dos combustíveis fósseis para evitar mudanças climáticas catastróficas.
Os comentários de Al-Ghais foram ecoados por autoridades de estados-membros da Opep, bem como pelos executivos-chefes das principais empresas de energia do mundo, que expressaram seu apoio aos Emirados Árabes Unidos na realização da cúpula climática.
Na exposição e conferência de petróleo e gás Adipec em Abu Dhabi, no início deste mês, altos executivos, incluindo representantes da Halliburton, Exxon Mobil e BP Plc, disseram estar satisfeitos por terem suas vozes ouvidas na COP deste ano e que a indústria do petróleo é uma parte integral da transição energética (Bloomberg, 11/10/23)