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Aplicação de tecnologias verdes no campo será intensificada

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Desde bioinsumos, passando por ILPF, biometano e pecuária de precisão, setor no Brasil caminha rumo ao carbono zero.

produção agropecuária caminhará para ser totalmente sustentável em um futuro próximo, com a adoção de tecnologias verdes de forma cada vez mais intensa. E conhecimento para isso não falta, com vários exemplos de sucesso aplicados em larga escala, como bioinsumos, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), reciclagem de nutrientes e biocombustíveis. Esses temas foram debatidos no Estadão Summit Agro, dia 8 de novembro, em São Paulo.

Para o presidente da Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável, Sergio Schuler, até mesmo a pecuária, tida como “vilã” do desmatamento, segue no rumo da modernização, da otimização do uso de recursos e de maior produtividade. “Já temos as tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta e integração lavoura-pecuária, que permitem que áreas degradadas se recuperem, sem necessidade de desmatar mais. “E não só isso: na pecuária temos visto grandes avanços, como redução na idade de abate dos bovinos, o que emite menos metano, e a pecuária de precisão.”

No campo dos bioinsumos, o CEO da Lavoro – distribuidora de insumos agrícolas –, Ruy Cunha, defendeu que o protagonismo do Brasil pode ser ainda maior na aplicação e no desenvolvimento deste setor. “Mais de 50% dos agricultores brasileiros já utilizam bioinsumos para fertilização ou proteção de cultivos”, afirmou. Entretanto, segundo Cunha, a disponibilidade desses produtos no mercado interno ainda é pequena, de apenas 3%, quando comparada com os Estados Unidos, onde os biológicos representam 12% do mercado.

Solo forte
No mesmo painel, a chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril, Laurimar Vendrusculo, defendeu a “reciclagem” no uso de fertilizantes para que o setor seja competitivo. Ela citou como exemplo os trabalhos da Embrapa com estrutura do solo e plantas forrageiras. “O uso racional dos fertilizantes é uma pauta que o Ministério da Agricultura também tem trabalhado forte.”

Segundo ela, a Embrapa também vem buscando soluções tecnológicas acessíveis aos produtores familiares. A pesquisadora destacou, além disso, o avanço dos sistemas de ILPF. “É uma solução brasileira que tem que ser replicada e que também evita o desmatamento”, disse a pesquisadora.

O diretor de Desenvolvimento de Mercado da Yara Brasil, Guilherme Schmitz, advertiu, porém, que é fundamental que existam mecanismos e modelos de negócios que paguem o agricultor pela descarbonização: “A gente comenta muito na Yara que a sustentabilidade começa pelo bolso do agricultor: ele precisa receber por isso”.

O executivo também citou a parceria da Yara com a Raízen para a produção de fertilizantes nitrogenados no Brasil usando biometano, o que consequentemente proporcionará menor pegada de carbono. A fabricação, com início em 2024, será na planta de Cubatão (SP), e corresponderá a 3% da capacidade total da fábrica no início do projeto. “Vai ser uma economia circular: a Raízen produz a cana, manda para a gente o biometano produzido com a vinhaça da cana, a Yara produz o fertilizante, que volta para a Raízen produzir mais cana” (Estadão, 17/11/23)

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