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Agro terá papel essencial para descarbonizar a economia brasileira

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Painel sobre o papel do agronegócio na geração de energia limpa. Da esquerda para a direita: Leonardo Caio Filho, Diretor de Tecnologia da COGEN, Isadora Duarte, Reporter do Broadcast Agro em Brasilia, Milton Steagali, CEO do Grupo BBF e Tamar Roitman, Gerente executiva da Abiogás. 

Seja com biodiesel, biogás ou energia solar, é possível substituir fontes fósseis, garantem especialistas.

agronegócio e a energia limpa que o setor tem condições de gerar, até mesmo com o aproveitamento de resíduos da própria produção, terão papel determinante na agenda de descarbonização da economia brasileira, segundo palestrantes em painel sobre geração de energia limpa durante o Estadão Summit Agro, promovido no dia 8 de novembro, em São Paulo, no auditório do Masp.

Entre os vários segmentos representados no painel estava o de óleo de palma, que é produzido a partir da planta de mesmo nome e é usado, entre inúmeras aplicações, como biocombustível. “Se o País ocupar 30 milhões de hectares com palma, poderá substituir o uso de 1,1 bilhão de barris de petróleo por ano”, disse o CEO do grupo Brasil Biofuels, Milton Steagall, cuja companhia trabalha com biodiesel feito a partir do óleo de palma.

Ele afirmou, porém, que, hoje, o Brasil é “traço” na produção deste biocombustível no mundo. “Temos 75 mil hectares plantados de palma e uma unidade que vai produzir o SAF (combustível sustentável para aviação)”, contou ele, acrescentando que o segmento de palma já tem o zoneamento fundiário, mas precisa de estímulos para se expandir. “Podemos criar mais empregos sustentáveis na Amazônia.”

No zoneamento, foi determinado que há 35 milhões de hectares no País que podem receber o cultivo de palma, uma área equivalente ao total das áreas de países concorrentes como Indonésia, Malásia e Tailândia, explicou Steagall.

Potencial no gás

Outro combustível “verde” representado no painel foi o biogás. O Brasil detém cerca de 900 plantas em operação, informou a gerente executiva da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), Tamar Roitman. “Vemos um crescimento efetivo do biogás em dez anos, mas o número ainda será baixo diante do potencial do País”, disse.

Segundo ela, o potencial de produção de biogás pela agropecuária brasileira é de 120 milhões de m³/dia. “Falta política pública para estimular biogás e biometano. Já temos tecnologia para veículos movidos a biogás, mas falta iniciativa do poder público”, afirmou. O mercado do biogás está acontecendo, “porém com pouquíssimos incentivos”.</IP></CW>

Na agenda de transição energética, a grande demanda, segundo a executiva, vem de empresas e indústrias que buscam a substituição de combustíveis pelo biogás para a descarbonização dos processos. “Temos tecnologia, indústria e equipamentos em biogás e é possível deixar os combustíveis fósseis”, afirmou. Segundo Tamar Roitman, o agronegócio tem um imenso potencial de produção e utilização do biocombustível. “Hoje, apenas 2% do agronegócio produz e utiliza biogás.”

Em relação à energia fotovoltaica, o diretor de Tecnologia e Regulação da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Leonardo Caio Filho, disse, no mesmo painel, que o País já conta com 35 gigawatts instalados com energia solar. Segundo ele, 25 gigawatts estão em pequenas instalações, enquanto os outros 10 gigawatts vêm de grandes usinas.

Para se firmar como fonte confiável e renovável de energia e se expandir mais do que cresce atualmente, porém, Caio Filho avalia que o setor precisa de um backup, ou seja, unidades de armazenamento da energia gerada. Tanto que, segundo ele, hoje já vem sendo discutida a possibilidade de utilização de baterias (Estadão, 17/11/23)

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