Setor pretende reafirmar apoio ao combate ao desmatamento ilegal e destacar técnicas de preservação.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende que a produção agropecuária brasileira seja vista, durante a 28.ª Conferência do Clima, em Dubai, como parte da solução do aquecimento global. Tanto que entregou recentemente ao governo brasileiro o posicionamento do setor agropecuário para a COP28, que começa dia 30.
“É essencial reafirmar o apoio do setor agropecuário ao combate ao desmatamento ilegal e ao fortalecimento de políticas de desenvolvimento regional, por meio de mecanismos de financiamento previstos na Convenção do Clima”, disse, na ocasião da entrega, o presidente da CNA, João Martins.
Para o coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias, um dos aspectos fundamentais que deveriam ser solucionados na COP28 é a do financiamento global para ações que contribuam para atingir as metas do Acordo de Paris, de reduzir em 1,5 grau a temperatura global até 2100.
“O Brasil, por exemplo, precisa dar escala maior a tecnologias mitigadoras, como a agricultura de baixo carbono, e necessita de financiamento para isso, um dinheiro que não veio nas últimas COPs”, criticou. “Esperamos que este ponto avance em Dubai.”
Enquanto os recursos não vêm, Ananias diz que, por conta própria, a agricultura brasileira tem avançado bastante. “Até porque tecnologias de baixo carbono não dizem respeito somente a emitir menos gases do efeito estufa, mas também a tornar o campo efetivamente mais produtivo e rentável”, disse.
“São técnicas preservacionistas que conservam e recuperam o solo, a água, o meio ambiente e ainda dão maior rentabilidade ao produtor.” Ou seja, segundo Ananias, o setor já tem uma “agricultura menos emissora”. “O que precisamos, agora, é de recursos para que mais produtores adotem tecnologias limpas.” (Estadão, 17/11/23)