Empresa processou menos cana e vendeu menos açúcar e etanol.
A Usina Coruripe, empresa com cinco usinas de cana-de-açúcar pertencente ao grupo Tércio Wanderley, registrou um prejuízo acumulado de R$ 150,5 milhões nos dois primeiros trimestres da safra 2025/26, de abril a outubro, de acordo com balanço divulgado na terça-feira (18/11). Na mesma época da safra passada, a companhia teve um lucro líquido de R$ 672,2 milhões.
O resultado foi impactado pelo aumento das despesas com juros sobre empréstimos e financiamentos, que totalizaram R$ 493 milhões desde o início da safra.
No fim de outubro, a Coruripe tinha uma dívida líquida de R$ 3,7 bilhões, número que cresceu 15% desde o início da temporada. Do total da dívida bruta (R$ 4,6 bilhões), 78% estava atrelado ao CDI.
Apesar disso, a alavancagem (dívida líquida sobre Ebitda) teve uma leve acomodação, passando de 4,13 vezes para 4,03 vezes. O Ebitda ajustado teve um aumento de 9,6%, para R$ 931,5 milhões.
No lado operacional, a receita bruta da Coruripe recuou 2,6%, para R$ 2,7 bilhões, decorrente da redução do volume de vendas de açúcar e sobretudo de etanol hidratado.
A companhia teve uma produção menor de açúcar e etanol nos dois trimestres, decorrente da menor moagem, mas também atrasou um pouco as vendas de açúcar. O volume de cana processada pela companhia no período recuou 7,7%, para 11,6 milhões de toneladas. Como o teor de sacarose na cana moída pela empresa piorou, o volume total de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) caiu 10,4%, para 9,8 milhões de toneladas.
Próximas safras
A Coruripe tem fixado para a próxima safra (2026/27) 40% do volume de açúcar a ser exportado, a um preço médio de R$ 2.702 a tonelada.
O valor está um pouco abaixo do preço de fixação do açúcar desta safra (R$ 2.517 a tonelada), mas bem acima dos preços atuais (R$ 1.974 a tonelada). Também há 5% do açúcar da safra 2027/28 já fixados a um preço médio de R$ 2.643 a tonelada (Globo Rural, 19/11/25)









