Por Gustavo R. Silva
Para Ricardo Mussa, CEO da Cosan Investimentos, o Brasil tem tudo para protagonizar as discussões sobre a transição energética global.
O executivo é líder da frente empresarial da força-tarefa de Transição Energética e Clima do G20 e afirmou que o país possui condições ambientais e regulatórias para liderar as discussões. A declaração foi realizada no AgroForum, evento promovido pelo BTG Pactual na última quinta-feira (04).
Durante o debate, Mussa afirmou que a crescente demanda por biocombustíveis representa oportunidade para o Brasil, inclusive em relação ao combustível sustentável de aviação (SAF).
“É idiotice exportar etanol para países europeus fabricarem SAF lá. Acho que o SAF no Brasil será para exportação e o mercado desenvolvido, como Europa, Estados Unidos e Ásia, terá demanda suficiente para absorver o que o Brasil pode produzir”, disse.
Contudo, apesar do crescimento da demanda, uma das dificuldades citadas pelo CEO foi a de “escalar a utilização dos biocombustíveis”, já que a utilização do petróleo ainda é predominante em todo o mundo.
O executivo esteve em um dos painéis do AgroForum envolvendo o setor energético, que também contou com a presença de Rafael Abud, CEO da FS Fueling Sustainability e Tomás Manzano, CEO da Copersucar. Os executivos encaram o momento atual com otimismo para os biocombustíveis e acreditam que o Brasil precisa aproveitar a oportunidade de ser protagonista no mercado de energia.
Papel do etanol e do SAF na transição energética
A descarbonização é um dos grandes objetivos globais da atualidade, sendo pilar fundamental da agenda 2030 da ONU e pautando novas legislações sobre o mercado de combustíveis em todo o mundo. No Brasil, o presidente Lula sancionou no mês de outubro a Lei do Combustível do Futuro.
A respeito do mercado de exportação e etanol, Ricardo Mussa não acredita que o combustível se tornará uma commodity. “O mercado é muito maior do que imaginamos e podemos aproveitar a oportunidade de comercializar nesse nicho”, disse (Money Times, 6/11/24)