A empresa explicou que nos últimos meses foram registradas chuvas acima do normal no cinturão canavieiro, prejudicando a colheita.
O mercado global de açúcar no ano comercial 2021/22 (outubro/setembro) encerrou com um déficit de 1,2 milhão de toneladas, revertendo expectativa de um superávit de 0,3 milhão na previsão de setembro, com uma frustração na produção no Brasil, de acordo com levantamento da consultoria StoneX.
“A correção realizada veio diretamente do impacto da região centro-sul na produção de açúcar, uma vez que os demais players já haviam finalizado suas safras ou acabaram fechando dentro das estimativas da StoneX”, disse a consultoria.
A empresa de análises explicou que os meses de agosto e setembro (os dois últimos da temporada) registraram chuvas acima do normal no cinturão canavieiro do Brasil, prejudicando os trabalhos de colheita.
“Com isso, os números trazidos pela União das Usinas de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) vieram abaixo das estimativas mensais anteriores, e aquém do que o mercado esperava, acumulando (nessas quatro quinzenas) uma frustração produtiva de mais de 1 milhão de toneladas, dada a moagem abaixo do aguardado.”
Isso acabará tendo um impacto positivo, contudo, no novo ano internacional do açúcar.
Projeções
Para 2022/23 (outubro/setembro), a StoneX projeta superávit de 5,2 milhões de toneladas para o mercado global, ante excedente de 3,9 milhões de toneladas na previsão anterior.
“A StoneX manteve o otimismo para a temporada internacional 2022/23 (out-set), que deve se beneficiar de crescimentos produtivos nos principais players”, comentou, citando que o excesso de chuvas na Índia e na Tailândia têm marcado esses polos produtores, com atraso na colheita de cana e “consequente tensão nos mercados futuros”.
No Brasil, a colheita que foi prejudicada nos meses de agosto e setembro acabou adiando parte da disponibilidade de açúcar para os meses seguintes. Isso, somado aos ganhos de produtividade que a região deve ter em 2023/24 (abril-março), deve dar boa “contribuição” para o saldo global (Forbes, 29/11/22)