Compradores estiveram mais ativos no mercado spot do estado de São Paulo em outubro, intensificando a demanda sobretudo pelo açúcar cristal do tipo Icumsa 150. A oferta, por outro lado, seguiu restrita, devido às chuvas, que dificultaram a colheita e, consequentemente, a moagem de cana-de-açúcar no estado paulista. Nesse cenário, os preços do cristal estiveram firmes em outubro.
O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 3,09% em outubro, fechando a R$128,26/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 126,99/saca de 50 kg, alta de 2,04% em relação a setembro (R$ 124,44/saca de 50 kg), mas baixa de 13,77% frente a outubro/2021 (R$ 147,27/saca de 50 kg), em termos nominais.
Segundo a Unica (União da Indústria de cana-de-açúcar), a moagem de cana no acumulado da safra (de 1º de abril de 2022 até 16 de outubro de 2022) totalizou 458,70 milhões de toneladas, queda de 6% frente ao mesmo período do ano passado. A produção de açúcar somou 28,16 milhões de toneladas, queda de 7,3%.
INTERNACIONAL
Os valores do demerara subiram na primeira quinzena de outubro, influenciados pelos atrasos na colheita na região Centro-Sul do Brasil, devido às chuvas ocorridas no período.
Além desse cenário no Brasil, o petróleo comercializado entre US$ 94,00 e US$ 98,00 por barril também reforçou o movimento de alta dos valores do açúcar, uma vez que esse cenário aumenta a vantagem do etanol frente à gasolina, o que pode levar usinas nacionais a priorizarem a produção do biocombustível em detrimento da de açúcar.
Porém, a partir da segunda metade do mês, o demerara se desvalorizou, influenciado por perspectivas de superávit global na produção de açúcar na atual temporada mundial 2022/23. O dólar fortalecido frente ao Real também pesou sobre as cotações, já que tende a aumentar as exportações brasileiras e a oferta no cenário internacional.
Cálculos do Cepea indicam que, em outubro/2022, as vendas externas do açúcar remuneraram, em média, 2,84% a mais que as internas. Esse cálculo considera as médias do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Março/23 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 113,95/tonelada e custos com elevação e frete, de US$ 54,65/tonelada.
NORDESTE
Com o aumento da oferta da nova safra, os preços caíram em outubro. Algumas unidades produtoras com necessidade de “fazer caixa” flexibilizaram os valores de suas ofertas e negociaram volumes maiores do adoçante. De maneira geral, a demanda esteve retraída, com alguns compradores adquirindo o produto de forma pontual.
Segundo o Sindaçúcar-AL, a posição acumulada da produção da safra 2022/23 até o dia 15 de outubro indica que foram processadas mais de 3,1 milhões de toneladas de cana em Alagoas, queda de 11,4% frente ao mesmo período do ciclo anterior. A produção de açúcar soma a 230 mil toneladas, retração de 6,2% na mesma comparação.
Em outubro/2022, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ para Pernambuco foi de R$ 142,56/sc de 50 kg, baixa de 6,57% frente a setembro/22, mas alta de 3,41% em relação a outubro/21, em termos nominais.
Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 145,49/sc, recuo de 3,36% na comparação com setembro/2022, porém, avanço de 5,19% em um ano, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 138,24/sc, retração de 3,8% em relação a setembro, mas elevação de 1,31% frente a outubro/2021 (Assessoria de Comunicação, 7/11/22)