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Produção de etanol do Centro-Sul cai menos que a de açúcar

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A produção de etanol do centro-sul do Brasil recuou apenas 0,6% na primeira quinzena de maio, enquanto as vendas do combustível aumentaram 10,35%, em momento em que o setor sofre pressão de revendedores para que o governo reduza a mistura do biocombustível na gasolina devido aos preços altos.

Conforme dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) divulgados nesta quarta-feira (26), a produção de etanol somou 1,8 bilhão de litros, com a ligeira queda ante o mesmo período do ano passado.

Já a produção de açúcar recuou 4,39% na primeira quinzena de maio ante o mesmo período do ano passado, para 2,38 milhões de toneladas, na esteira da moagem de cana do centro-sul, que teve baixa de 3% no período, para cerca de 41 milhões de toneladas, segundo a Unica.

A associação de produtores também apontou uma menor destinação da cana para a produção de açúcar ante a mesma época do ano passado (46,15% versus 47%), enquanto na segunda quinzena de abril o mix para o adoçante foi de 44,54%.

Já o índice da matéria-prima para a fabricação de etanol aumentou para 53,85%, versus 52,99% no mesmo período do ano passado, mas ficou abaixo dos 55,46% verificados na segunda quinzena de abril.

A Unica ainda reportou que, apesar da leve queda total de produção de etanol, a fabricação do combustível do tipo anidro (misturado à gasolina) disparou 19,65% na quinzena, para 603 milhões de litros.

“O avanço na produção de etanol anidro retrata o comprometimento do setor com o abastecimento do mercado de doméstico. A produção na última quinzena já superou de forma significativa o consumo e ampliou o nível dos estoques, que já eram suficientes para o pleno atendimento a demanda interna”, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, em nota.

Ele ainda mencionou que os preços nos produtores já registraram retração na última semana, “refletindo o avanço da oferta e da moagem de cana-de-açúcar no centro-sul”. Segundo dados do indicador Cepea/Esalq, o etanol hidratado caiu 4,5% na semana passada, enquanto o anidro recuou 2,33%.

A queda ocorreu após a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) pedir ao governo federal, no final da primeira quinzena, que a mistura obrigatória de etanol anidro à gasolina, de 27%, fosse reduzida para 18%, afirmando que uma menor produção diminuiu as ofertas e elevou os preços do biocombustíveis.

Usinas e destilarias do centro-sul ainda produziram 1,2 bilhão de litros de etanol hidratado, com queda de 8,3% no combustível que pode ser usado pelos carros flex, concorrendo com a gasolina.

De outro lado, a comercialização de etanol pelas unidades produtoras somou nos primeiros 15 dias de maio 1,18 bilhão de litros, registrando avanço de 10,35% em relação ao mesmo período da safra 2020/2021.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado na primeira quinzena foi de 779,97 milhões de litros (+5,47%), enquanto as vendas de anidro totalizaram 382,47 milhões de litros, alta de 30,28% na comparação com 2020.

No acumulado da safra 2021/2022 iniciada em abril, o crescimento das vendas é de 15,56%, totalizando 3,33 bilhões de litros vendidos.

Já a produção de etanol no centro-sul, no acumulado da safra, somou 3,8 bilhões de litros, queda de 13,2% na comparação anual, com usinas destinando 55,53% da cana para a fabricação do combustível, versus 54,81% no mesmo período do ano passado.

A queda na fabricação dos derivados ocorre em meio a uma moagem menor, devido à seca, e com menos unidades em operação neste início de safra.

No acumulado do ciclo, a moagem de cana totalizou 86,31 milhões de toneladas, queda de 16,24% na comparação anual.

“A retração foi especialmente importante no Estado de São Paulo, que apresentou recuo de 26,37% na quantidade de cana-de-açúcar processada até o final da primeira quinzena de maio. Nos demais Estados, a moagem acumulada registrou aumento próximo a 1%”, disse Pádua.

Ele citou ainda dados que indicam que a quebra agrícola acima de 10% na primeira quinzena de maio.

Nos quinze primeiros dias de maio, 234 unidades estavam em operação, versus 240 unidades no mesmo período de 2020. Para a segunda quinzena, outras 11 unidades devem começar a moagem no centro-sul.

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