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CNA: PIB do Agro deve crescer de 8% a 8,5% em 2023

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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária deve crescer de 8% a 8,5% este ano em relação ao ano passado. O número é preliminar, já que a entidade ainda revisará suas estimativas após a divulgação dos resultados de 2022 desta quinta-feira. Inicialmente, a CNA previa de estabilidade a avanço de 2,5% no resultado anual do setor, projeção que foi elevada para crescimento de 9% em fevereiro.

A revisão na estimativa deverá ocorrer em virtude dos dados de 2022 e das perdas já verificadas na safra de verão no Rio Grande do Sul. “Prevemos que devemos ter alteração marginal na estimativa anterior de alta de 9%. O viés é baixista, mesmo que seja marginal, em virtude da retração anual de 1,7% em 2022 e dos prejuízos na safra de verão do Rio Grande do Sul, pela terceira temporada consecutiva”, antecipou o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, ao Broadcast Agro.

Apesar das perdas localizadas na safra gaúcha de verão, a produção de soja deverá ser o grande fator que puxará o crescimento do PIB da agropecuária este ano. Conchon explica que isso deve-se principalmente à quebra na produção de soja no ano passado, já que a oleaginosa responde por 50% da produção nacional de grãos.

“Acompanhamos o desenvolvimento da safra 2022/23 e vemos uma safra muito boa, apresentando recuperação ante a temporada anterior, à exceção do Rio Grande do Sul. Ainda assim prevemos uma colheita muito positiva que deve impulsionar o resultado do PIB da agropecuária em 2023”, afirmou.

Outro fator que pode influenciar na revisão da estimativa, segundo Conchon, é o comportamento do clima nas próximas semanas que se refletirá na finalização da colheita das culturas de verão e no plantio do milho safrinha.

A recuperação no PIB da agropecuária deve começar a ser observada já no primeiro trimestre deste ano, prevê a CNA. “Em 2022, os prejuízos se estenderam do Rio Grande do Sul para Paraná e Mato Grosso do Sul, enquanto neste ano vemos efeitos negativos somente na safra gaúcha”, explicou o coordenador do Núcleo Econômico da CNA.

Em 2022, a agropecuária apresentou retração de 1,7% em relação ao ano anterior. Além das intempéries climáticas que afetaram expressivamente a produção de grãos em 2022, principalmente a de soja, Conchon observa que há efeito negativo também da base comparativa elevada de 2021.

“A safra de soja recuou 11% em 2022 ante 2021, além de outras culturas, como arroz, cacau, mandioca e uva, que foram prejudicadas pelo clima desfavorável no ano passado. Mas, fora isso, vemos também que a safra de 2021 foi muito boa, inclusive com crescimento de mais de 11% na colheita de soja, o que deixou uma base comparativa muito elevada e ajuda a explicar a retração de 1,7%. Se fosse somente a questão climática, o resultado não teria sido tão ruim”, observou Conchon.

Sobre a queda de 2,9% no desempenho da agropecuária no quarto trimestre de 2022 em relação a igual período do ano anterior, a CNA atribui a redução ao trimestre sazonalmente mais fraco e a prejuízos em culturas, como mandioca e batata, que são representativas na produção no último período do ano. A produção de trigo, que cresceu 22% em 2022, ajudou a compensar parcialmente as perdas do setor no trimestre.

Participação 

Com o crescimento do PIB da agropecuária previsto para o ano, o setor deve representar cerca de 7,6% do PIB nacional do País ao fim do ano ante 6,8% reportados em 2022.

“Quando prevemos crescimento de 8% a 8,5% no desempenho da agropecuária e vemos o PIB do Brasil crescendo 1% em 2023, esperamos que a atividade agropecuária ganhe participação no PIB nacional neste ano”, pontuou Conchon. Para o PIB do País ao fim de 2023, a CNA ainda deve revisar para baixo sua previsão atual de alta de 1%.

“O viés é baixista com alto nível de trabalho informal, massa de consumo menor com inflação corroendo o poder de compra do trabalhador, apetite dos empresários cauteloso e questões internacionais, como a manutenção da taxa de juros pelo Federal Reserve (FED), que tem efeito contracionista na economia mundial e na brasileira”, observou Conchon.

De acordo com dados da CNA, na última década a participação da agropecuária no PIB nacional aumentou 51%, passando da fatia de 4,5% ao fim de 2013 para 6,8% ao fim de 2022.

“Mesmo que a participação do setor seja pequena na comparação com o peso de outros setores no PIB, vemos a agropecuária ganhando participação nos últimos dez anos, enquanto a indústria se manteve em patamar de 20% e o setor de serviços permaneceu na ordem de 60% do PIB. Se olharmos a série histórica do período pandêmico, os últimos três anos, a agropecuária avançou enquanto os setores de serviço e indústria retraíram”, explicou Conchon.

A partir de 2024, contudo, com a esperada recuperação econômica do País e dos demais setores, a participação da agropecuária no PIB deve começar a ceder. A CNA projeta preliminarmente que o setor represente 6,7% do PIB nacional ao fim de 2024 e passe a responder por cerca de 5,5% do Produto Interno Bruto do Brasil a partir de 2025, ainda acima da média histórica de 5%.

“Vemos que o setor deve continuar crescendo, mas esperamos que outros setores econômicos tenham melhor resultado que o observado e ganhem participação”, explicou (Broadcast, 3/3/23)

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