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Vendas de etanol disparam e ataque russo pode acelerar demanda

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Vendas de etanol disparam Imagem Fernando Frazão Agência Brasil

As vendas de etanol estão subindo no Brasil à medida que os motoristas se voltam para o biocombustível, uma tendência que pode ser reforçada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, já que o conflito provavelmente elevará os preços da gasolina.

As vendas de etanol hidratado pelas usinas da região Centro-Sul do Brasil aumentaram 22% na primeira quinzena de fevereiro em comparação com o mesmo período do mês anterior, segundo dados da Unica divulgados na quinta-feira. Isso representou um aumento significativo em relação a janeiro, quando as vendas caíram ao menor nível desde 2017.

A recuperação significa que o etanol se tornou mais competitivo que a gasolina nos postos das principais regiões consumidoras do Brasil, segundo Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica.

A maioria dos carros no país pode rodar apenas com etanol ou com uma mistura de biocombustível e gasolina. Os motoristas costumam escolher o combustível de acordo com o preço.

Com o aumento das tensões geopolíticas, o etanol deve se tornar ainda mais atrativo.

Os futuros do petróleo Brent chegaram a subir na quinta-feira acima de US$ 105 o barril pela primeira vez desde 2014 e os preços de energia disparam, impulsionando a inflação e prejudicando o crescimento econômico globalmente.

Os preços mais altos do petróleo, juntamente com o enfraquecimento do real brasileiro, podem levar a Petrobras (PETR4) a aumentar os preços domésticos da gasolina, o que também poderia abrir espaço para uma alta do etanol mesmo com a manutenção da paridade favorável ao biocombustível.

“O ponto de atenção é a demanda. Com preços mais altos, podemos ter um consumo um pouco mais restrito”, diz Bruno Lima, chefe de açúcar e etanol da StoneX em Campinas.

Os estoques de etanol estavam caminhando para um recorde ao final desta safra, mas o aumento do consumo significa que isso provavelmente não ocorrerá, segundo Lima.

Mesmo assim, os estoques estão historicamente altos, o que pode levar as usinas brasileiras a usar mais cana para produzir açúcar, em vez de etanol, na temporada de moagem que começa no próximo mês (Bloomberg, 25/2/22)

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