Prevista para novembro de 2025, conferência deve acontecer em Belém, no Pará.
A ONU aprovou a candidatura do Brasil para sediar a COP30 do clima, conferência de mudanças climáticas da ONU que negocia a implementação do Acordo de Paris, aprovado em 2015.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (26) pelo presidente Lula, em um vídeo junto ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o governador do Pará, Helder Barbalho.
A aprovação das Nações Unidas aconteceu no último dia 18, através de um comunicado do Grulac (grupo dos países da América Latina e Caribe), que endossou a candidatura brasileira para sediar a COP30.
A decisão aguardava a aprovação do Grulac, já que a COP30 estava prevista para acontecer em um país da região latino-americana. O endosso cita ainda a cidade de Belém.
“Já participei de COP no Egito, em Copenhague, e o pessoal só fala de Amazônia. Por que então não fazer uma COP em um estado da Amazônia?”, disse Lula, sobre a escolha de Belém como sede do evento.
O anúncio da capital paraense como anfitriã foi feito ainda no início de janeiro, após Barbalho ter protagonizado o apoio de governadores ao presidente, em reunião com mandatários de todos os estados brasileiros no dia seguinte aos ataques golpistas de 8 de janeiro.
“Estamos trabalhando para mostrarmos que a Amazônia está preparada para receber o planeta e, por outro lado, mostrar a construção do desenvolvimento sustentável em favor da nossa região”, afirmou Barbalho.
Lula propôs que o Brasil sediasse a COP30 ainda antes de assumir a presidência. Logo após as eleições, ele fez sua primeira aparição internacional, na condição de presidente eleito, na COP27 do clima, que aconteceu em novembro no Egito. Na ocasião, já defendeu a candidatura do país a sediar a edição de 2025 da conferência.
O movimento fez parte da série de gestos de Lula em contraposição a Bolsonaro. Em 2018, assim que foi eleito, Bolsonaro promoveu a desarticulação da candidatura brasileira para sediar a COP25, prevista para o ano seguinte e que acabou por acontecer em Madri, no final de 2019, sob presidência do Chile, já que a previsão era de que um país latino-americano conduzisse os trabalhos.
As edições da COP revezam as sedes entre as várias regiões do mundo, dando a oportunidade equilibrar perspectivas regionais sobre as responsabilidades climáticas. O país-sede também tem a responsabilidade de presidir a conferência, conduzindo as negociações.
Neste ano, a COP28 acontece nos Emirados Árabes Unidos. O presidente designado da COP28, Sultan Ahmed al-Jaber, tem sofrido críticas internacionais pelo aparente conflito de interesses: além de coordenar esforços governamentais em energias renováveis, ele também preside a estatal de petróleo do país, a Abu Dhabi National Oil Co. (Folha de S.Paulo, 27/5/23)