O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, defendeu que haja um alinhamento quanto ao posicionamento do País no exterior sobre as questões ambientais, sem “tapar o sol com a peneira”.
“Não adianta tapar o sol com peneira. Temos de falar a verdade. (A fala de Jorge Viana) trouxe luz ao problema que temos de enfrentar. Houve, sim, aumento de desmatamento no Brasil nos últimos anos; há, sim, aumento de queimadas no Brasil”, afirmou Fávaro durante audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA), para apresentar as diretrizes e programas prioritários de sua pasta.
O ministro se referiu à declaração recente do presidente da Apex, Jorge Viana, na comitiva à China, em que admitia que há problemas ambientais a serem resolvidos no País. “Não foi com má intenção que ele deu aquela declaração”, defendeu Fávaro.
O ministro disse que, em recente visita ao Reino Unido, encontrou carne no supermercado com aviso de que não se tratava de produto brasileiro.
“Precisamos mudar isso. E não se muda isso sendo reativo e dizendo que ‘se vocês desmataram tudo porque querem apontar o dedo para o Brasil’. Temos de valorizar nosso ativo e que o Brasil tem grande agropecuária sustentável”, disse Fávaro.
“Ninguém no mundo tem ativo ambiental do tamanho do Brasil. Temos de valorizá-lo e fazê-lo converter em oportunidade aos brasileiros. Não adianta chegarmos em qualquer lugar do mundo só com discurso. Temos de alinhar o posicionamento, inclusive, dos produtores, para mostrarmos o verdadeiro status quo da agropecuária brasileira”, prosseguiu.
Sobre a nova legislação ambiental europeia, que proíbe a importação de produtos agrícolas de áreas ligadas a desmatamento, seja legal ou ilegal, o ministro defendeu que a posição do País não seja reativa, mas firme. “Se a geopolítica predominante quer proteger seus produtores, temos de proteger os nossos produtores também. É um trabalho também do Parlamento e a diplomacia chega em um consenso”, afirmou (Broadcast, 4/5/23)