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Copersucar bate recorde de moagem de cana e mira combustível de aviação

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Por Marcelo Toledo
Usinas moeram mais de 110 milhões de toneladas no Centro-Sul do país.

A Copersucar anunciou nesta quarta-feira (19) ter registrado recorde de moagem de cana-de-açúcar na safra 2023/24, com crescimento acima da média da região Centro-Sul do país. O objetivo é fabricar SAF (combustível sustentável de aviação), segundo a empresa.

A Copersucar é uma comercializadora de açúcar e etanol que envolve 37 usinas de 22 grupos, distribuídas em quatro estados do centro-sul do país: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

As usinas associadas a ela moeram mais de 110 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2023/24, com um crescimento de 23% em relação à safra anterior e acima do registrado no Centro-Sul, região brasileira que abriga o principal mercado produtor e que apresentou alta de 19% na moagem na safra.

No ano-safra encerrado em março, a Copersucar, a Evolua Etanol –braço da empresa responsável pelo comércio internacional do combustível– e duas usinas associadas foram certificadas para a comercialização de etanol destinado à fabricação de SAF. A meta, agora, é seguir o processo para certificar as demais usinas ligadas à Copersucar.

“A estratégia é rolar a certificação para todas, o esforço para o momento é estar pronto para atender esse mercado quando ele acontecer […]. É muito promissor, muito relevante, mas ainda não está pronto”, disse Tomás Manzano, presidente da Copersucar.

SAF é a sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação, um biocombustível usado na aviação como alternativa mais sustentável e com menor impacto ambiental. É produzido a partir de fontes renováveis, contribuindo para a redução das emissões de carbono na aviação.

A expectativa do executivo e do mercado sucroenergético é a de ganhar esse mercado com o etanol e que o SAF desenvolva o setor no país, devido à grande demanda esperada. Não há no momento, segundo Manzano, nenhuma parceria fechada, pois “isso tudo está em desenvolvimento”.

“Estamos nos preparando, deixando o ecossistema pronto para esse mercado quando ele acontecer”, disse.

Ele também defendeu o projeto dos biocombustíveis aprovado em março pela Câmara dos Deputados, que atende a algumas demandas do setor de petróleo e gás, que vinha reclamando da proposta, e com amplo apoio do agronegócio, que deve se beneficiar com o incentivo à produção do biodiesel.

“Muito importante, agrega todas as iniciativas do Brasil, etanol, biometano, biodiesel, SAF, outros combustíveis renováveis”, disse.

Sobre a safra de cana encerrada, o executivo afirmou que a maior moagem da história do país –de cerca de 650 milhões de toneladas– ocorreu devido a condições perfeitas de clima, moagem e eficiência das usinas.

GÁS DOS EUA NA EQUAÇÃO

A Copersucar teve lucro líquido de R$ 281 milhões na safra, para uma receita de cerca de R$ 54 bilhões, inferior à safra passada, quando alcançou R$ 69 bilhões.

A queda no faturamento está relacionada aos preços de gás natural nos Estados Unidos, que caíram no período. Manzano afirmou que a redução tem pouco efeito no resultado financeiro, já que o braço da Copersucar no setor, a Eco-Energy, atua na compra e venda de gás, o que significa que o preço pago por ela pelo gás também recuou.

“Foi um ano bastante desafiador para o setor e a Copersucar, mais desafiador no etanol do que no açúcar, mas como temos portfólio diferenciado de negócios, com operações no Brasil e nos Estados Unidos, encerramos o ano com resultado bastante robusto”, disse.

Foram comercializadas 13 milhões de toneladas de açúcar, das quais 11 milhões foram exportadas, e 17 bilhões de litros de etanol (Folha, 20/6/24

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