A biomassa da cana-de-açúcar foi responsável pela geração de 1,858 milhão de megawatts-hora (MWh) de bioeletricidade fornecida à rede elétrica nacional no acumulado de janeiro a abril de 2023. Os dados fazem parte de um levantamento realizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) e representam um aumento de 28,7% em relação ao registrado em igual período do ano passado, quando foi ofertado 1,444 milhão de MWh para a rede. “É um aumento bastante considerável, especialmente se levarmos em conta que nesse período estávamos praticamente na entressafra da cana”, disse, em nota, o gerente de Bioeletricidade da Unica, Zilmar Souza.
O processo de geração de bioeletricidade utiliza parte dos resíduos resultantes da fabricação de açúcar e etanol, como o bagaço e a palha. A energia elétrica proveniente das matérias-primas garante autossuficiência energética para as usinas e contribui com a rede elétrica nacional. De acordo com a Unica, o resultado até abril deste ano equivale a atender ao consumo anual de energia elétrica de quase 3 milhões de pessoas ou 8% da geração térmica a gás no País, quando considerados os dados de 2022.
Souza explicou que a bioeletricidade oriunda de todas as biomassas representou 3,7% da geração total de energia no Brasil em abril, superando a geração fotovoltaica e a geração térmica a gás. Já em maio, representou 6,2% da geração total no país. “No acumulado de janeiro a maio, o indicador da bioeletricidade em geral foi de 3% na geração total no País”, disse a Unica. A biomassa de cana-de-açúcar representa 72% de toda a capacidade instalada de bioeletricidade no Brasil.
Atualmente, cinco Estados brasileiros detêm 89% da capacidade instalada pela bioeletricidade sucroenergética. São Paulo lidera o ranking, com 208 usinas termoelétricas (UTEs), representando 50% da capacidade instalada. Em seguida vem Minas Gerais (13%), com 48 UTEs; Goiás (12%), com 35 UTEs; Mato Grosso do Sul (9%), com 24 UTES; e Paraná (5%), com 29 UTEs. No total, 422 usinas termoelétricas utilizam o bagaço e a palha da cana.
Em 2022, a bioeletricidade evitou as emissões de quase 4 milhões de toneladas de gás carbônico, em valores estimados. Segundo a Unica, este volume só seria atingido com o cultivo de 27 milhões de árvores nativas por 20 anos (Broadcast, 21/6/23)