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Taxa diferenciada dos EUA para o agro pode favorecer Brasil

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Por Mauro Zafalon

Segundo analistas, escritório de comércio americano elaborou lista que inclui café e suco.

Para evitar uma escalada interna da inflação, o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos) elaborou, segundo analistas do agronegócio, uma lista de produtos os quais o país não consegue produzir localmente e que pesam na alimentação americana.

Entre esses produtos estão café, frutas tropicais, frutos do mar, suco e óleo de palma. As negociações, de acordo com esses analistas, seriam feitas com tarifas diversificadas em relação ao limite imposto aos países.

Se confirmada, será uma boa notícia para o Brasil, que coloca diversos alimentos na mesa dos americanos. O problema é que a execução da lista não depende do USTR, mas da vontade de Donald Trump.

No caso do Brasil, ele está obcecado pelo julgamento de Jair Bolsonaro e, provavelmente, ainda se vingando do momento em que Lula disse preferir Kamala Harris a ele, durante as eleições americanas do ano passado.

As questões políticas falam mais alto do que as econômicas. Daí o silêncio da Casa Branca nos pedidos de negociações do Brasil.

O setor de carne bovina não aparece na lista, mas a presença do produto brasileiro no mercado americano ajudará a dar rumo ao ritmo da inflação por lá.

Trump está feliz porque a Austrália abriu o mercado de carne bovina para os Estados Unidos, e agora os americanos poderão elevar o volume de vendas para os australianos. A Austrália havia restringido as compras dos Estados Unidos desde o caso de vaca louca.

O problema é que os americanos têm limitação de produto para exportar. Eles dependem do mercado externo de carne, principalmente do Brasil.

Dados deste mês do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontaram o rebanho americano em 94,2 milhões de cabeças, abaixo do de 2024, e o número de gado em confinamento em 13 milhões de cabeças, também inferior a 2024. Do rebanho, 28,7 milhões são vacas leiteiras.

Neste ano, a produção de carne bovina recuará 1% nos Estados Unidos, para 11,9 milhões de toneladas. Oferta menor de carne e preços do gado próximos do recorde mantêm o consumo per capita dessa proteína em 27 kg, volume que deverá cair para 26 kg em 2026. Com a oferta interna menor de carne bovina, os americanos aumentam o consumo de carnes suína e de aves.

Neste ano, conforme dados deste mês do Usda, as importações vão subir para 2,44 milhões de toneladas de carne equivalente carcaça, e as exportações recuam para 1,24 milhão.

As importações americanas de maio aumentaram para 250 mil toneladas, 60% a mais do que em igual mês de 2024. O Brasil forneceu 27% da carne importada pelos Estados Unidos de janeiro a maio. No ano passado, o percentual era de 17%.

Em junho, a inflação dos alimentos superou em 3% a de igual mês de 2024, e a carne bovina tem grande peso nesse índice. Em 2025, os americanos deverão pagar 9% a mais por essa proteína, segundo projeções do Usda. A carne moída esteve, em junho, 10,3% mais cara do que em igual mês de 2024. A alta do bife foi de 12,4% no mesmo período.

O agricultor americano continua apreensivo com as tarifas impostas pelos Estados Unidos a parceiros comerciais. Elas podem dificultar as negociações da safra de 2025/26, que estão em curso.

O país deverá produzir 399 milhões de toneladas de milho, 6% a mais do que na safra anterior. Desse volume, 70 milhões deverão ser exportados. A safra de soja tem recuo de 0,7% e atinge 118 milhões de toneladas. As exportações estão previstas em 48 milhões (Folha, 29/7/25)

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