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Brasil tem superávit comercial de US$ 6,7 bi em junho

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Mesmo com melhora, resultado previsto é 19,9% menor que observado em 2023.

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,711 bilhões em junho, informou o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) nesta quinta-feira (4), melhorando também a estimativa oficial para o saldo de 2024.

Ao fazer sua revisão trimestral de projeções para o ano, o Mdic estimou que a balança comercial fechará 2024 com um saldo positivo de US$ 79,2 bilhões, ante previsão anterior de superávit de US$ 73,5 bilhões.

Mesmo com a melhora, o resultado previsto é 19,9% menor que o observado em 2023, quando houve superávit de US$ 98,9 bilhões.

“Seria um saldo comercial menor que o de 2023, mas o segundo maior saldo da história”, afirmou o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão.

Pelos cálculos da pasta, o resultado de 2024 será composto de US$ 345,4 bilhões em exportações, acima dos US$ 332,6 bilhões estimados em abril, enquanto as importações ficariam em US$ 266,2 bilhões, contra US$ 259,1 bilhões projetados há três meses.

No acumulado do primeiro semestre, os dados da pasta mostraram que o saldo comercial foi de US$ 42,310 bilhões, 5,2% menor que o observado no mesmo período de 2023. O desempenho foi resultado de exportações de US$ 167,609 bilhões e importações de US$ 125,299 bilhões.

Brandão afirmou que os resultados da balança não foram significativamente impactados pelo desastre das chuvas no Rio Grande do Sul, porque o estado já havia colhido a maior parte da safra quando ocorreram as enchentes, em maio.

Usando como exemplo a agropecuária, ele afirmou que o setor observou redução das exportações principalmente pela queda nas cotações da soja, e não pelo desastre no sul do país.

JUNHO

O resultado da balança comercial em junho veio acima do esperado pelo mercado. Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de US$ 5,8 bilhões para o período.

O desempenho, no entanto, foi 33,4% mais fraco do que os US$ 10,1 bilhões de saldo registrados em junho de 2023. O valor das exportações caiu 1,9%, a US$ 29,044 bilhões, enquanto as importações cresceram 14,4%, a US$ 22,333 bilhões.

No período, houve queda nas exportações da agropecuária, com recuo de 3,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, com receitas menores dos embarques de soja sob impacto de preços internacionais mais baixos.

Também foi registrada queda nas exportações da indústria de transformação, com baixa de 6,8%. Por outro lado, houve ganho de 15,3% nos embarques da indústria extrativa, impulsionados pela expansão nos volumes vendidos de petróleo.

Do lado das importações, o destaque ficou com as compras de bens de consumo, especialmente automóveis de passageiros, que registraram alta de 432% no mês, atingindo quase US$ 2 bilhões, o que pode indicar uma antecipação de estoques em meio ao processo de elevação do imposto de importação sobre esses produtos.

“Tem demanda para esses veículos híbridos e elétricos… E tem a questão do aumento da tarifa de importação. Como em julho teve aumento, é esperado que os importadores antecipem suas operações para pagar tarifas menores”, disse (Folha, 5/7/24

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