Por Pasquale Augusto
Para a XP Investimentos, a São Martinho (SMTO3) deve apresentar resultados mistos no terceiro trimestre da safra 2023/2024 (3T24), equivalente ao período de outubro a dezembro de 2023, em meio a um forte momento do açúcar, enquanto o etanol deve puxar os números para baixo.
Devido aos preços persistentemente mais baixos do biocombustível, apesar da paridade com a gasolina estar bem abaixo da média, a XP projeta que as margens devem estar no ponto de equilíbrio.
A corretora prevê Ebitda ajustado em R$ 652 milhões (queda de 16% ano a ano e ligeiramente abaixo t/t).
Açúcar deve aliviar os resultados
A corretora projeta resultados sólidos para as operações de açúcar, impulsionados por maiores volumes (+7% a/a) e preços (+20% a/a)).
Além disso, apesar das margens fracas do etanol, a XP projeta que a margem Ebitda ajustada aumente sequencialmente, refletindo a queda nos preços dos insumos e maiores produtividades.
Do lado negativo, o etanol ainda deve arrastar os resultados consolidados, principalmente devido aos preços mais baixos – o CEPEA mostra uma queda média de ~10% t/t, o que a XP espera que afete a SMTO3.
Depois de muitos trimestres acumulando estoques, esperamos que as vendas de etanol comecem a aumentar, e projetamos um aumento de 24% t/t.
O que fazer com as ações da São Martinho
A corretora enxerga tendências diversas e muitas partes móveis afetando a tese de investimento, com destaque para:
- Melhores perspectivas para o açúcar (preços, produtividade e custos), que ainda não foram totalmente refletidas nos resultados da companhia, já que o preço médio de hedge para a Companhia para 24/25 é de 24,60 (+9,1% em relação a 23/24);
- Piores resultados de etanol
- Expectativas mistas em relação ao etanol de milho, com um ramp-up mais lento do que o esperado, mas com uma perspectiva de margens mais altas para a próxima safra, alinhada com nossa visão de baixa sobre os grãos.
Em suma, a XP reitera sua visão positiva de longo prazo para a SMTO3 com base nos preços estruturalmente mais altos do açúcar no médio a longo prazo.