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G20: Brasil quer foco na agricultura sustentável e na segurança alimentar

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Reunião GT Agricultura G20. Foto Antonio Araujo MAPA

O Brasil quer aproveitar a presidência do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) para evidenciar as práticas sustentáveis da agropecuária nacional. A transformação dos sistemas alimentares para garantia da segurança alimentar e da agricultura sustentável é uma das prioridades do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20.

“A sustentabilidade e a demonstração dos múltiplos caminhos que a sustentabilidade na agricultura podem percorrer visam evitar a tomada de decisões unilaterais de alguns blocos ou países contra determinada forma de produzir de determinado país. Isso é demanda global dos países produtores”, disse o coordenador do GT e secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, em coletiva de imprensa. “Queremos mostrar que a sustentabilidade pode ser feita de várias formas, de acordo com solo, clima, cultura local, mas de forma sustentável”, acrescentou.

Nesta segunda-feira, o grupo de trabalho da Agricultura do G20 se reuniu pela primeira vez para apresentação das pautas prioritárias para a agenda deste ano e discussão da nota técnica a ser apresentada ao fim dos trabalhos temáticos e apresentação das pautas. Para o secretário, a pauta do grupo está integrada ao Programa Nacional de Conversão de Pastagens do País, que prevê a conversão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em áreas agricultáveis em dez anos. “Esse é o grande desafio colocado ao ministério neste ano para incrementar essa fatia à produção de alimentos”, afirmou.

De acordo com a secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fernanda Machiaveli, o Brasil já expôs hoje aos demais países as práticas e programas desenvolvidos voltados à agricultura sustentável, o que inclui a Política Nacional de Agroecologia.

“O Brasil é referência em práticas de agricultura tropical e em iniciativas de preservação de florestas. Os (demais) países falaram da redução dos desmatamento e o Brasil já alcançou uma taxa importante de redução de desmatamento na Amazônia neste primeiro ano de governo, recuperando as áreas danificadas com restauro florestal”, afirmou Machiavelli.

Entre as iniciativas em curso apresentadas pelo Brasil dentro do G20 para tornar a agricultura nacional mais sustentável, Machiavelli citou o programa de florestas produtivas, capitaneado pelo MDA e Ministério de Meio Ambiente e mecanismos do Plano Safra com benefícios a produtores com boas práticas sustentáveis. “Apresentamos alternativas para garantir sustentabilidade da produção, retorno à agricultura de pequena escala (agricultura familiar) e segurança alimentar e nutricional produzindo alimentos saudáveis para o mundo”, completou.

As outras três prioridades do grupo de trabalho da Agricultura serão o fortalecimento e aumento do comércio internacional como ferramenta para segurança alimentar; a valorização do papel da agricultura familiar, incluindo povos indígenas e quilombolas, e a inclusão dos pescadores e pescadoras na cadeia de valor nacional e mundial, entendendo o pescado como fonte para segurança alimentar.

As mudanças climáticas e os efeitos climáticos, cada vez mais frequentes sobre a produção agropecuária, também serão um dos focos de debate do grupo acerca da agricultura, segundo os secretários. “O desenvolvimento sustentável e o enfrentamento às mudanças climáticas serão uma questão-chave na presidência do Brasil no G20. Os agricultores são os que mais sofrem hoje com as mudanças climáticas, com sucessivas perdas de safra que afetam também o orçamento público”, justificou a secretária.

“As mudanças climáticas terão papel crucial no debate da agricultura de baixo carbono. O desafio é integrar desenvolvimento sustentável e segurança alimentar”, afirmou. Perosa acrescentou que o ministério “tem tido total atenção à questão climática” e a ações para mitigar os efeitos sobre a produção.

Há expectativa ainda de que a realização do G20 no Brasil possa atrair novos investimentos estrangeiros para o setor. De acordo com Perosa, estão agendadas visitas de dois fundos internacionais nos próximos meses com interesse em investir nos segmentos de grãos, proteína animal e açúcar no Brasil. “Diversos fundos nos procuram. Há possibilidade de investimentos também de fundos árabes em fertilizantes e proteínas animais”, observou.

O calendário do GT de Agricultura do G20 inclui reuniões temáticas voltadas à agricultura familiar em abril em Brasília, à pesquisa agropecuária em maio também em Brasília, à pesca em junho em Recife e à agricultura empresarial em setembro em Cuiabá (MT). A nota técnica do grupo será discutida ao longo dessas quatro reuniões presenciais. Na reunião de hoje, o Brasil pediu a adição da inclusão do tema da resistência microbiana nas discussões (Broadcast, 19/2/24)

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