Por Diana Cheng
A Raízen (RAIZ4) comunicou que recebeu nesta terça-feira (7) uma correspondência da Hédera Investimentos e Participações confirmando a alienação de toda a sua participação na companhia.
A Hédera, do Grupo Louis Dreyfus, ex-controlador da Biosev, alienou todas as 330.602.900 ações preferenciais que detinha na Raízen, representativas de 24,3% do total de ações preferenciais de emissão da empresa.
A Hédera ressaltou no documento enviado à Raízen que a participação anteriormente detida na companhia correspondia a um investimento minoritário, estritamente para fins de investimento, e não altera a composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia.
A Hédera também destacou que não detém outros valores mobiliários ou instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações de emissão da Raízen.
Com a alienação das ações, a Hédera se retira totalmente do quadro acionário da Raízen.
O movimento já era esperado pelo mercado após o anúncio de um grande block trade (venda de ações em bloco) envolvendo a Raízen. As ações da empresa chegaram a afundar quase 5% na ocasião.
A Hédera passou a deter 24,3% das ações em circulação da Raízen após a companhia comprar a Biosev. O negócio envolveu a troca de ações e o pagamento à vista de R$ 3,6 bilhões para refinanciamento da dívida.
Uma reportagem publicada no Brazil Journal explica que a participação da Hédera na Raízen foi dada como garantia de uma dívida da controladora da Hédera, e sua liquidação será utilizada para amortizar essa dívida.
A XP Investimentos chegou a avaliar que a venda total das ações detidas pela Hédera traz uma visão negativa para a companhia. Segundo a corretora, é preciso esclarecer se a alienação se deve a preocupações macro, como incertezas quanto à política de preços da Petrobras (PETR4), ou a motivos específicos da Raízen.
“Com a Hédera do lado da venda, queremos entender quem está do lado da compra, o que pode dar uma leitura interessante sobre as expectativas do mercado”, afirma, em relatório do dia 30 de janeiro (Money Times, 7/2/23)