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EUA prometem recursos “vultosos” à Amazônia, diz Alckmin

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O motivo oficial para a vinda de Kerry ao Brasil é dar andamento ao Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas Brasil-EUA, relançado oficialmente pelos presidentes americano, Joe Biden, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em 10 de fevereiro, e fazer avançar a cooperação entre os dois países na reversão do desmatamento da Amazônia. Entre outros temas, estão também o impulso às energias limpas e alternativas de renda para a população da região amazônica.

“O compromisso do Brasil já ficou claro na presença do presidente Lula no encontro com o presidente Joe Biden. O compromisso do Brasil de ser o grande protagonista no combate às mudanças climáticas”, frisou o vice-presidente brasileiro.

Segundo Alckmin, “este momento não pode ser deixado de lado”, já que a ameaça das mudanças climáticas “é uma realidade” e já se manifesta em todo o mundo.

Como exemplo, citou “os tornados extremamente violentos” que os Estados Unidos enfrentaram nas últimas semanas e as chuvas torrenciais que na semana passada causaram 65 mortes no litoral paulista.

Agenda no Brasil

Vice-presidente reuniu-se com John Kerry, enviado especial dos EUA para o clima, em Brasília. Ele disse que o governo americano pretende levantar a verba junto ao Congresso e à iniciativa privada.

O vice-presidente Geraldo Alckmin disse nesta segunda-feira (27/02) que o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, prometeu buscar recursos públicos e privados “vultosos” para apoiar a proteção da Amazônia, incluindo o combate às mudanças climáticas e ao desmatamento.

“O enviado John Kerry não definiu valor, mas colocou que vai se empenhar junto ao governo, junto ao Congresso americano e junto à iniciativa privada para termos recursos vultosos, não só no Fundo Amazônia como também em outras cooperações”, declarou Alckmin após reunir-se com Kerry no Itamaraty, em Brasília.

O vice-presidente não especificou se a eventual cooperação financeira seria oferecida no âmbito do Fundo Amazônia, criado com doações da Noruega e da Alemanha e destinado a financiar ações contra o desmatamento na floresta tropical.

A possível participação dos EUA no fundo, que tem atualmente cerca de 1 bilhão de dólares, ainda deve ser aprovada pelo Congresso americano, mas Alckmin sugeriu que a cooperação bilateral também poderia incluir outras áreas.

“Temos projetos na área humanitária, de apoio às comunidades indígenas, contra a desnutrição, o desmatamento e o combate às organizações criminosas”, disse, ressaltando que há também projetos que visam “oferecer novas oportunidades de renda para 28 milhões de pessoas que moram naquela região”.

Kerry, que iniciou uma visita de dois dias ao Brasil nesta segunda-feira, não conversou com jornalistas, mas Alckmin garantiu que ele ressaltou o interesse dos Estados Unidos em manter uma estreita cooperação no combate à crise climática e que Washington não espera nada em contrapartida com essa ajuda financeira.

Parceria bilateral

Além de Kerry e Alckmin, participaram do encontro a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, responsável pela gestão do fundo da Amazônia, entre outras autoridades dos dois governos.

Kerry ficará dois dias no Brasil

A agenda de Kerry no Brasil inclui ainda encontros com outras autoridades governamentais, com representantes do Congresso e com organizações da sociedade civil que atuam na Amazônia e em outros ecossistemas do país.

Do Brasil, ele seguirá para o Panamá, onde participará da conferência Nossos Oceanos, que reunirá durante três dias delegações governamentais, empresas privadas e sociedade civil.

Fundo Amazônia

A intenção dos EUA de contribuir com o Fundo Amazônia, recentemente reativado pelo governo brasileiro, foi anunciada durante a visita de Lula a Washington, no início do mês.

A embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley, disse recentemente que o valor a ser doado para o Fundo Amazônia ainda está sendo definido pelo governo e o Congresso norte-americanos.

Criado em 2008, o fundo recebe doações de instituições e governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal.

Em 2019, a Alemanha e a Noruega suspenderam os repasses para novos projetos após o governo brasileiro, na gestão Jair Bolsonaro, pedir mudanças nas regras na aplicação dos recursos e extinguir colegiados de gestão do dinheiro. O mecanismo foi reativado recentemente (DW, 27/2/23)

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