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Brasil avalia alternativas para importação de fertilizantes fora da Rússia

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Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, diz que o Brasil poderia comprar produtos de outros países em caso de problemas no fornecimento por causa da invasão russa à Ucrânia; no ano passado, 23% das importações de adubos vieram da Rússia.

Ministério da Agricultura acompanha os efeitos nas importações de fertilizantes que o ataque deflagrado nesta quinta-feira, 24, pela Rússia contra a Ucrânia, poderá gerar no mercado brasileiro e, consequentemente, no preço dos alimentos.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quinta-feira, 24, após um evento em Fortaleza (CE), que a pasta tem monitorado a situação a todo instante e avaliado alternativas, caso as importações com a Rússia sejam inviabilizadas. “Tem que ter muito cuidado com isso. O Brasil não importa só desse país. É um importador de fertilizantes de vários países. Temos outras alternativas para substituir, se tivermos problemas”, disse.

 A ministra citou a viagem que fez ao Irã na semana passada, país que também é produtor do insumo. “Acabei de voltar do Irã, onde houve uma oferta de fertilizantes enorme para o Brasil. Nós temos alguns ajustes a fazer. Tem outros países, como o Canadá. Temos o Marrocos, outras alternativas para fazer essas substituições. Mas é claro que preocupa”, afirmou. 

O Brasil adquire no exterior aproximadamente 85% do volume aplicado anualmente nas lavouras. A Rússia é uma das principais exportadoras do insumo para o Brasil e, em janeiro, respondeu por 30,1% dos adubos e fertilizantes que entraram em território nacional, segundo informações do Ministério da Economia. Durante os 12 meses do ano passado, os russos foram responsáveis por 23,3% de todo fertilizante que entrou no Brasil.

As relações comerciais do Brasil com a Rússia estão majoritariamente concentradas na compra de fertilizantes. Dos US$ 5,7 bilhões em importações brasileiras da Rússia em 2021, US$ 3,5 bilhões – ou 62% do total – estão relacionados à compra do insumo usado no agronegócio. Esse resultado do ano passado foi 97% superior ao registrado em 2020, quando o Brasil desembolsou US$ 1,75 bilhão na importação desses produtos.

Neste ano, a situação não é diferente e a tendência até agora era de alta. O Brasil gastou um total de US$ 530 milhões em janeiro com importações de produtos russos, dos quais US$ 345 milhões, o equivalente a 65% do total, tiveram como destino a compra de fertilizantes.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Mapa, declarou que as importações brasileiras de fertilizantes em janeiro “foram bastante influenciadas pelas tensões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia”.

Em relação aos produtos à base de potássio, o país é responsável por cerca de 20% da produção global e origem de 28% das importações brasileiras. Já para os nitrogenados, a Rússia é o segundo maior produtor global e, no caso do Brasil, participa com 21% dos nitrogenados. Se considerado especificamente o nitrato de amônio, o país é praticamente o único fornecedor para o Brasil.

A reportagem questionou a Frente Parlamentar Agropecuária sobre o assunto, mas a bancada ruralista informou que ainda não tinha um posicionamento sobre o assunto.

A possibilidade de bloqueio nas exportações russas de adubos ou dificuldades no escoamento destes insumos é considerada em razão das ameaças de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de que irão impor sanções econômicas ao país após a invasão de território ucraniano por tropas militares russas (O Estado de S.Paulo, 25/2/22)

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