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Agricultores enfrentam problemas nas entregas de herbicidas e citam riscos

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Baixa oferta de atrazina prejudica lavoura de milho segunda safra, responsável pelo abastecimento de mais de 70% do mercado brasileiro do cereal. Produtores mais afetados estão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, já atingidos pela estiagem que causou desabastecimento na primeira safra de milho

 Associações de agricultores do Brasil informaram hoje (8) que não receberam os herbicidas comprados para as lavouras, devido a uma suposta falha nas entregas por empresas que comercializam o produto. A situação coloca em risco a produção de milho do país, assim como a dessecação da soja para a colheita.

 As entidades afirmaram “que receberam nas últimas semanas inúmeras reclamações de produtores de todo o país que adquiriram o herbicida atrazina, usado na cultura do milho, mas que até agora não receberam o produto das empresas que o comercializam”, segundo comunicado da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil).

 A Aprosoja disse que o problema também afeta os filiados à Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

 “Diante deste cenário de incertezas, Aprosoja Brasil e Abramilho vêm a público manifestar preocupação com o desabastecimento de produtos no mercado brasileiro, o que coloca a segunda safra do milho sob forte ameaça”, afirmou.

  O atrazina é o principal herbicida para a cultura do milho, pois é o único herbicida para ervas daninhas de folha larga. Além disso, é usado para controle da soja RR voluntária – grãos remanescentes na lavoura que germinam espontaneamente – entre as plantas de milho.

Ainda segundo a nota da Aprosoja de hoje (8), também houve reclamações sobre o cancelamento de entregas do herbicida Diquat, utilizado para dessecação da soja.

 Diante da baixa oferta de defensivos, as entidades enfatizam que os produtores correm o risco de não conseguirem produzir. O milho segunda safra, em rotação com a soja, é responsável pelo abastecimento de mais de 70% do suprimento do mercado brasileiro do cereal.

 Os produtores mais afetados são os do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e de parte de São Paulo, “que foram seriamente atingidos pela estiagem na primeira safra de milho, e traz impactos também ao consumidor final”, informa a Aprosoja.

  A maior reivindicação do setor é a liberação e registros de empresas que tenham condição de produzir volumes de atrazina suficientes para o abastecimento do mercado brasileiro na safra atual, assim como seja liberada a importação de produtos de países do Mercosul. Fora que, em 2021, o Brasil já registrou os níveis mais baixos de exportação do cereal em anos.

 Não ficou imediatamente clara a razão do problema no mercado, nem quais são as empresas envolvidas ou se ocorre no atacado ou no varejo.

 No final do ano passado, um especialista da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que muitos produtores só conseguiram receber insumos agrícolas após pagar um valor adicional, em meio a custos crescentes dos produtos.

 Associações de produtores também pediram ao governo federal providências sobre a alta de preços de defensivos e o cancelamento de pedidos (Reuters, 8/2/22)

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