A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) atualizou as estatísticas mensais do complexo soja no Brasil. Com base em dados compilados de janeiro a outubro, a Abiove afirma que em 2022/23 a produção de soja em grão do País deve alcançar 158,1 milhões de t, aumento de 0,3% em comparação com 157,7 milhões de t projetados no mês passado, com um processamento de 53,6 milhões de t, crescimento de 0,2% ante os 53,5 milhões de t do mês anterior.
Segundo a Abiove, as projeções confirmam os maiores volumes já registrados em toda a série histórica. As produções de farelo e de óleo também serão recordes, com 41 milhões de toneladas e 10,8 milhões, respectivamente, sem alterações em relação à projeção anterior.
Para as exportações, as projeções são de 100,5 milhões de toneladas de soja em grão, crescimento de 0,5% em comparação com 100 milhões de t projetados no mês passado, 22 milhões de t de farelo, mesmo volume projetado em novembro, e 2,35 milhões de t de óleo, queda de 2,1% ante os 2,40 milhões de t projetados anteriormente, com receita total estimada em US$ 67,1 bilhões em 2023.
Além disso, a Abiove estima um crescimento da área plantada para 43,9 milhões de hectares em 2022/23 e uma produtividade média de 3,6 t por hectare, o que representa um aumento de 5,8% sobre a área e 15% sobre a produtividade obtidos em 2021/2022.
O diretor de Economia da Abiove, Daniel Amaral, disse que o aumento do processamento de soja em 2022/23 ocorre em virtude do crescimento da demanda pelo farelo, “em especial, nas exportações, e pelo óleo de soja, cuja demanda interna para produção de biodiesel cresceu com a elevação da mistura para 12% desde abril”.
2024
A Abiove ajustou suas projeções para 2024 por causa dos impactos do clima nas lavouras de soja. A associação prevê que a produção da oleaginosa pode alcançar 161,9 milhões de toneladas, em comparação com 164,7 milhões da última projeção.
A estimativa de processamento do grão foi ajustada para 54,5 milhões, em virtude do aumento da mistura de biodiesel adicionado ao diesel comercial, disse a Abiove. A partir de março, conforme cronograma do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a mistura subirá dos atuais 12% (B12) para 13% (B13).
A produção de farelo foi projetada em 41,7 milhões de t, enquanto a de óleo de soja foi estimada em 11 milhões de t.
De acordo com o diretor de Economia da Abiove, Daniel Amaral, a redução da produção está mais relacionada ao desenvolvimento das lavouras do que à redução da área plantada propriamente. “Houve uma reavaliação da produtividade, não uma mudança significativa na estimativa de área plantada”, disse ele ao Broadcast Agro.
Amaral entende que o momento seria extremamente propício para a antecipação, já para março de 2024, da mistura de 15% do biodiesel ao diesel, prevista para abril de 2026. “O Brasil está assumindo diversos compromissos rigorosos na parte de redução de gases de efeito estufa, com uso crescente de energia renovável, com a necessidade de neoindustrializar o País e baratear o custo da alimentação”, disse. “Sem ração animal e farelo de soja, não há proteína animal, o biocombustível vem resolver uma série de problemas adequados para metas sociais, ambientais e econômicas”, completou.
Em relação às exportações, a Abiove estima que o Brasil deverá embarcar 100,2 milhões de t de soja em grão; 21,6 milhões de t de farelo de soja; e 1,6 milhão de t de óleo de soja. A Abiove relatou que o aumento do consumo doméstico do óleo implicará diminuição da exportação do produto.
No total, a expectativa é de que as exportações do complexo soja proporcionem US$ 64 bilhões em divisas em 2024, das quais US$ 52,6 bilhões da soja em grão, US$ 9,7 bilhões do farelo e US$ 1,7 bilhões do óleo (Broadcast, 13/12/23)