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Bloqueio UE:COP28 não chega a acordo sobre regras para mercado de carbono

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“Isso certamente é um retrocesso para os mercados de carbono”, disse Lina Barrera, da Conservation International.

As negociações climáticas da COP28 não conseguiram fechar nesta quarta-feira um acordo sobre novas regras que permitiriam o lançamento de um sistema central para que países e empresas começassem a compensar suas emissões de carbono e a comercializar essas compensações.

A União Europeia, o México e a Associação Independente da América Latina e do Caribe (Ailac) rejeitaram uma proposta de acordo, negociada ao longo de duas semanas na cúpula climática, que teria estabelecido regras fundamentais para a aprovação de projetos de compensação em um sistema centralizado administrado pela Organização das Nações Unidas (ONU), disseram dois negociadores à Reuters.

Os Estados Unidos estavam com a maioria dos países que pressionaram pela adoção do acordo, dizendo que as exigências de regras mais rígidas seriam onerosas a muitos países em desenvolvimento com meios limitados para supervisionar e regulamentar os projetos.

“Os EUA e a União Europeia têm se desentendido” sobre a questão, disse Dirk Forrister, presidente-executivo da Associação Internacional de Comércio de Emissões.

A UE desejava regras que colocassem as compensações de carbono em linha com os altos padrões estabelecidos pelo próprio sistema de comércio de emissões do bloco, disseram três negociadores e observadores à Reuters.

Embora o sistema da UE não utilize compensações, ele efetivamente define os preços do carbono ao conceder às empresas permissão para emitir.

O preço da emissão de uma tonelada de carbono subiu acima de 100 euros no sistema da UE neste ano e agora está sendo negociado em torno de 70 euros, segundo dados do mercado de futuros da LSEG.

O fato de não se ter chegado a um acordo nesta quarta-feira em Dubai significa que, oito anos após o Acordo de Paris prever que governos e empresas compensassem parte de suas emissões pagando por projetos de redução de emissões em outros locais, essas operações não começaram.

“Isso certamente é um retrocesso para os mercados de carbono”, disse Lina Barrera, da Conservation International.

“Os interessados em participar do mercado não saberão o que esperar, o que atrasa todo o processo de lançamento do mercado”, disse Barrera.

Os grupos técnicos de trabalho agora precisarão recomeçar as negociações do zero em 2024, com a próxima chance de um acordo na COP29, no Azerbaijão, em 2025 (Reuters, 13/12/23)

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