Os preços médios do açúcar cristal branco praticados no mercado spot do estado de São Paulo se enfraqueceram ao longo de novembro. Na maior parte do mês, a demanda no mercado doméstico não mostrou sinais de aquecimento, o que fez com que algumas usinas baixassem os valores da saca, em especial para o cristal tipo Icumsa 180. Já para o tipo de melhor qualidade, o cristal Icumsa 150, os preços seguiram firmes, uma vez que as exportações continuam aquecidas. Apesar da queda, os valores em novembro ainda operaram acima dos praticados no mesmo período do ano passado.
O Indicador do Açúcar Cristal Branco CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou baixa de 1,4% em novembro, fechando a R$ 154,99/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 156,19/saca de 50 kg em novembro/23, baixa de 0,45% em relação à de outubro/23 (R$ 156,90/sc), mas alta de 18,48% frente à de novembro/22 (R$ 131,83/sc), em termos nominais.
Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), a moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de novembro cresceu 32,09% na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 34,77 milhões de toneladas, contra 26,32 milhões. No acumulado da safra 2023/24, a moagem atingiu 595,40 milhões, ante 517,79 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 – avanço de 15%.
A produção de açúcar na primeira metade de novembro totalizou 2,19 milhões de toneladas, aumento de 32,09% frente à de registrada na safra 22/23, ainda conforme da Unica. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 39,41 milhões de toneladas, contra 32,02 milhões de toneladas do ciclo anterior (+23,10%).
NORDESTE
Os preços do açúcar estiveram firmes no mercado spot, sobretudo em Alagoas e Pernambuco. Como muitas usinas priorizam as exportações do adoçante, a oferta esteve restrita no mercado local, o que deu suporte aos preços. Em novembro/23, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ para Pernambuco foi de R$ 156,71/sc de 50 kg, altas de 0,53% frente a outubro/23 e de 12,2% em relação a novembro/22, em termos nominais.
Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 156,02/sc, elevações de 2,1% na comparação mensal e de 10,53% na anual, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 151,22/sc, recuo de 1,65% em relação a outubro/23, mas aumento de 12,78% na comparação anual. A Conab indicou que a produção de cana-de-açúcar na região Nordeste deve crescer 4,7% na safra 2023/24, chegando a 59,55 milhões de toneladas, influenciada, principalmente, pela elevação da área, uma vez que a produtividade se mantém próxima à estabilidade, com leve acréscimo de 0,4%.
INTERNACIONAL
No início do mês, os preços do açúcar demerara negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foram sustentados pela baixa exportação da Índia e da Tailândia e pelo atraso nos embarques no Brasil, devido a problemas logísticos do País. No entanto, os bons resultados da atual temporada brasileira (2023/24) pressionaram as cotações em Nova York ao longo do mês. Estima-se que, para a temporada 2023/24, a região Centro-Sul do Brasil irá produzir 41,5 milhões de toneladas de açúcar, um recorde.
Além disso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a produção de cana-de-açúcar no País para a atual temporada alcance 677,6 milhões de toneladas, aumento de 10,9% em relação à temporada anterior (2022/23). Esse avanço, por sua vez, é atribuído às ótimas condições climáticas nas regiões canavieiras do Brasil e aos investimentos realizados pelo setor sucroenergético.
Além disso, a boa safra brasileira fez com que a Organização Internacional do Açúcar (OIA) reduzisse a sua estimativa de déficit global na atual temporada mundial (2023/24) para 330 mil toneladas, contra as 2,11 milhões de toneladas da previsão anterior. Cálculos do Cepea indicaram que em novembro/23, as vendas externas do açúcar remuneraram, em média, 6,9% a mais que as internas.
Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Março/24 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$103,56/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 71,70/tonelada (Assessoria de Comunicação, 7/12/23)