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Toyota se engaja em projeto de produção de hidrogênio a partir de etanol

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Participam do desenvolvimento as empresas Shell Brasil, Raízen e Hytron, além da USP e do SenaiI; fabricante japonesa vai ceder o Mirai, modelo a célula de combustível produzido no Japão.

A Toyota do Brasil anunciou, na tarde desta sexta-feira, 31, parceria com empresas e universidade para um projeto de pesquisa e desenvolvimento para a produção local de hidrogênio (H2) renovável a partir do etanol. Pela manhã, o grupo Stellantis também informou que trabalha para produzir localmente carros híbridos a etanol.

Participam do projeto a Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e Senai Cetiqt. A empresa vai oferecer unidades do Mirai, primeiro carro de série movido à célula de combustível para testes sobre a performance do veículo movido a hidrogênio.

A companhia japonesa foi a primeira e iniciar no País a produção de carros híbridos flex, os modelos Corolla e Corolla Cross. Para o presidente da Toyota, Rafael Chang, “o Brasil tem potencial para ser protagonista internacional com a descarbonização da frota”.

Ele lembrou que o grupo investe, desde o Prius em 1997, em soluções que são práticas e sustentáveis. “Uma delas é a tecnologia híbrida-flex produzida nas nossas plantas de Indaiatuba e Sorocaba, desenvolvida para o mercado brasileiro em uma parceria com o Japão, e que se tornou líder o mercado de eletrificados”.

O executivo disse ainda que o País tem forte vocação para biocombustíveis e que a empresa tem opções prontas para incentivar a economia neste período de transição para uma futura agenda neutra em carbono.

“Agora, com o Mirai (produzido no Japão) abastecido com hidrogênio produzido de uma fonte 100% renovável, como o etanol, o futuro do Brasil pode ser cada vez mais verde”, destacou Chang.

Investimento

A Shell vai investir R$ 50 milhões no projeto, que também tem por objetivo mensurar as emissões de CO2 na atmosfera no ciclo “campo à roda” (desde o cultivo da cana até o consumo do hidrogênio pela célula combustível do veículo).

“O objetivo desse projeto de P&D é demonstrar que o etanol pode ser vetor para produzir hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria de etanol”, afirmou Alexandre Breda, gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil.

O diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen, Mateus Lopes, acrescentou que “a produção local de hidrogênio renovável por meio da reforma do etanol é uma solução eficiente, sustentável e facilmente replicável globalmente, devido ao baixo custo de transporte do biocombustível”.

O primeiro Murai será entregue, ainda neste primeiro semestre, ao Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP. O centro foi criado em 2015 com financiamento da Fapesp e da Shell, e é responsável pela pesquisa. O hidrogênio renovável também vai abastecer três ônibus que circularão na Cidade Universitária da USP.

Fábrica de hidrogênio

A Shell Brasil, Raízen, Hytron, USP e o Senai Cetiqt assinaram acordo de cooperação, em setembro de 2022, para desenvolvimento de plantas de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol. A parceria tem como foco a validação da tecnologia através da construção de uma planta que iniciará operação na primeira metade de 2024. A estrutura será instalada no campus da USP, em São Paulo.

Carro a hidrogênio da Toyota é o primeiro com essa tecnologia a ser produzido em série Foto: Tim Kelly/Reuters

A intenção do projeto é demonstrar que o etanol pode ser um vetor para a produção de hidrogênio, contribuindo para a descarbonização de setores da indústria. A Raízen fornecerá o etanol e a tecnologia será desenvolvida e fabricada pela Hytron, empresa do grupo alemão Neuman & Esser (NEA Group), e tem suporte do Senai e financiamento da Shell Brasil.

A Toyota explica que o Mirai é um carro elétrico em sua essência, mas não utiliza recarga elétrica externa, pois é movido por uma reação química entre hidrogênio e oxigênio. O H2 é uma das grandes promessas para a descarbonização do planeta. Além de ser potencialmente inesgotável por ser o elemento mais abundante no universo, quando extraído de fontes renováveis pode, de fato, ser zero emissões (O Estado de S.Paulo, 1/4/23)

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