Por Pasquale Augusto
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, anunciaram nesta segunda-feira (17), durante coletiva de imprensa, mudanças na linha BNDES Crédito Rural. Trata-se da criação de uma linha sem equalização do Tesouro Nacional.
O crédito é voltado para produtores que realizam operações em dólar, com taxa de 7,59% ao ano + variação cambial para investimentos em máquinas e equipamentos agrícolas no valor de R$ 2 bilhões.
De acordo com o BNDES, o objetivo da linha é viabilizar a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas de fabricação nacional para ampliar a mecanização, renovação e atualização tecnológica da frota de tratores e colheitadeiras, visando uma maior produtividade. Para acessar a linha, basta ter contratos em dólar ou receitas atreladas à variação cambial.
Além disso, também é possível ter limite disponível nos bancos parceiros. A circular sobre a linha deve ser publicada nesta terça-feira (18).
Condições financeiras
O prazo total da oferta de crédito vai de 25 a 120 meses, incluindo carência até 24 meses. No entanto, há duas opções para contratação, com diferentes taxas de juros.
- Prazos totais de 25 a 72 meses: aproximadamente de 8% ao ano + variação dólar
- Prazos totais de 73 a 120 meses: aproximadamente de 7,5% ao ano + variação dólar
De acordo com Mercadante, a linha tem como objetivos ampliar e diversificar as alternativas de créditos agropecuários a custos mais competitivos, contribuir para consolidação do Brasil como líder na produção e exportação de alimentos e intensificar as boas práticas de sustentabilidade.
“Essas linhas de crédito estão voltando para o BNDES pelo compromisso ambiental que nós temos de proteger a Amazônia e combater o desmatamento. Essa linha favorece a maioria dos produtores que produz e preserva com consciência. Agora, quem desmatar ilegalmente não tem acesso a essa linha, e se acessar a linha e desmatar, o produtor vai pagar antecipadamente e com multa”, explica Mercadante.
Já o ministro Fávaro comemorou o anúncio e voltou a criticar a taxa de juros de 13,75% praticada hoje pelo Banco Central, bem acima da novo programa anunciado. No entanto, o ministro explicou que nova linha de crédito será destinada aos produtores com receita atrelada ao dólar.
Carlos Ernesto Augustin, assessor especial do Mapa, que também participou da coletiva, disse que o Plano Safra 23/24, deve contar com taxas melhores neste ano, mas não deu mais detalhes sobre o tema (Money Times, 17/4/23)