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Análise Conjuntural Agromensal Março/2023 Cepea/Esalq USP

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ETANOL

Os preços médios dos etanóis anidro e do hidratado do estado de São Paulo na temporada 2022/23, encerrada oficialmente no dia 31 de março, tiveram significativas quedas reais frente aos da safra anterior. De abril/22 a março/23, o anidro se desvalorizou 14,7% e o hidratado, 15,1%, considerando-se os Indicadores mensais CEPEA/ESALQ deflacionados pelo IGP-M de março.

Em valores absolutos, as médias da safra 2022/23 foram de R$ 3,2309/litro para o etanol anidro e de R$ 2,8328/litro para o hidratado no estado de São Paulo, também em termos reais. O preço no segmento produtor registrou recuos a partir de maio/22, somando cinco meses seguidos de queda. Em setembro/22, os valores reais do anidro e do hidratado foram os menores da temporada 2022/23.

As baixas estiveram atreladas ao desempenho das vendas de combustíveis no Brasil, especialmente do hidratado, que perdeu a competitividade com a gasolina C nas bombas. No caso do anidro, a performance foi melhor, com o suporte vindo dos volumes exportados. Analisando-se as últimas seis safras do estado de São Paulo, a média de preços da temporada 2022/23 foi a quinta menor para o etanol anidro e a quarta mais baixa para o hidratado.

Nas bombas paulistas, a paridade entre os preços do biocombustível e da gasolina C ficou em 72,4% de abril/22 e até a última semana de março. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), o preço médio da gasolina C teve média de R$ 5,58/litro na safra 22/23 e o do hidratado, de R$ 4,03/litro.

NORDESTE

Os preços dos etanóis anidro e hidratado subiram no mercado nordestino em março, impulsionados pela oferta restrita. Algumas usinas saíram do mercado spot, se focando no cumprimento de compromissos e contratos. Além disso, chuvas atrapalharam a moagem das unidades que estão em produção, e o fluxo de produto do Centro-Sul para o Nordeste também esteve restrito – vale lembrar que os estoques de usinas do Centro-Sul estão baixos neste período.

Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 2,8872/litro em março, elevação de 1,08% frente a fevereiro. Para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 3,4964/litro, alta de 2,1% na mesma comparação. Em Alagoas, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 2,8002/litro em março, avanço de 0,33% em relação ao de fevereiro.

Para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 3,4474/litro, alta de 3,22% na mesma comparação. Na Paraíba, o Indicador mensal do hidratado CEPEA/ESALQ da Paraíba subiu 2,17%, fechando em R$ 2,9364/litro em março. Para o Indicador mensal do anidro, a média foi de R$ 3,4813/litro, elevação de 2,07%.

AÇÚCAR

No último mês oficial da entressafra 2022/23, a média dos preços do açúcar cristal branco foi de R$ 132,00/saca de 50 kg, pequena variação negativa de 0,07% em relação à de fevereiro/23 (R$ 132,09/saca de 50 kg), no mercado spot do estado de São Paulo, devido a condições relativamente estáveis no mercado.

Os compradores estiveram abastecidos para o período, enquanto a oferta de açúcar disponível para vendas adicionais foi limitada, especialmente para os tipos de melhor qualidade, como o cristal tipo Icumsa até 180. A liquidez no mercado durante março/23 foi menor do que a observada em fevereiro/23.

Segundo a Unica, a moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de março na região Centro-Sul totalizou 608,29 mil toneladas. Nesse mesmo período do ano anterior, foram processadas apenas 142,35 mil toneladas – aumento expressivo de 327,32%. No acumulado da safra 2022/23, a moagem atingiu 543,89 milhões de toneladas, ante 522,92 milhões de toneladas no mesmo período do ciclo 2021/22, avanço de 4,01%.

A produção de açúcar na primeira quinzena de março totalizou 15,57 mil toneladas. No acumulado desde o início da safra 2022/23, a fabricação do adoçante totaliza 33,58 milhões de toneladas, contra 32,06 milhões de toneladas do ciclo anterior (+4,74%). No mercado nordestino de açúcar, a oferta seguiu restrita no mês, pois algumas usinas encerraram seus estoques. Já os preços estiveram firmes, com ritmo lento de negociações.

A partir da segunda quinzena, algumas usinas mais capitalizadas aumentaram os valores pedidos pelo adoçante. A safra de cana-de-açúcar da temporada 2022/23 das regiões Norte e Nordeste atingiu 96% do processamento esperado para a temporada, com moagem de 55,97 milhões de toneladas até a primeira quinzena de março.

Os dados foram compilados pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio). Segundo a Associação, o volume está 5,5% acima do registrado há um ano, quando 53,05 milhões de toneladas foram esmagadas. A fabricação de açúcar até a primeira quinzena de março foi 7,5% superior ao verificado em igual período do ano anterior, com 3,07 milhões de toneladas.

Em março/2023, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ para Pernambuco foi de R$ 145,26/sc de 50 kg, alta de 3,97% frente a fevereiro/23, mas baixa de 3,58% em relação a março/22, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 141,08/sc, elevação de 1,10% na comparação com fevereiro/2023, mas recuo de 5,74% em um ano, também em termos nominais.

Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 137,85/sc, avanço de 0,97% em relação a fevereiro; porém, queda de 9,47% frente a março/2022.

No mercado internacional, os valores do demerara mantiveram-se firmes no início do mês, mas recuaram em meados de março, pressionados pela desvalorização do petróleo tipo Brent – vale lembrar que esse cenário reduz a competitividade do etanol e tende a elevar o mix de produção para o açúcar nas usinas do Centro-Sul do Brasil, o maior exportador do adoçante.

Já nas duas últimas semanas de março, as cotações do açúcar demerara em Nova York (ICE Futures) foram impulsionadas pela expectativa de menor produção de açúcar em países como China, Índia, México, Tailândia e União Europeia. Além disso, a Índia tem aumentado o volume de cana-de-açúcar para a produção de etanol, limitando ainda mais a oferta de açúcar. A forte alta do petróleo e a apreciação do Real frente ao dólar também contribuíram para a alta dos preços globais do demerara.

Cálculos do Cepea indicaram que, em março/2023, as vendas externas do açúcar remuneraram, em média, 13,90% a mais que as internas. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 122,07/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 56,63/tonelada (Assessoria de Comunicação, 6/4/23)

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