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35 bilionários do mundo têm suas fortunas ligadas ao agro do Brasil

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Por Vera Ondei

Juntos, eles detêm R$ 1,585 trilhão em patrimônios pessoais e estão no país em setores como commodities, agroindústria, bioenergia e logística

Atualmente, há no mundo 2.640 bilionários com patrimônio pessoal acima de US$ 1 bilhão, segundo o ranking global publicado nesta semana pela Forbes EUA. Mas quais desses bilionários, além dos próprios brasileiros, têm suas fortunas de alguma forma ligadas ao agro do país? A Forbes Brasil fez um recorte dos 1.000 maiores bilionários globais e encontrou 35 grandes fortunas, entre personalidades únicas e famílias, ligadas ao agronegócio brasileiro por meio da produção, comércio e exportação de alimentos, bioenergia e fibras, mais agroindústria e logística.

Juntos, o grupo de estrangeiros detém uma fortuna pessoal de US$ 313,4 bilhões (R$ 1,585 trilhão na cotação atual). Da família norte-americana Mars, por exemplo, que é a maior fabricante de doces do mundo, há seis bilionários no ranking. A família acumula uma fortuna pessoal de US$ 115 bilhões (R$ 581,87 bilhões). A Mars opera no Brasil desde 1978.

Outra grande presença, com cinco bilionários na lista, é a também norte-americana Cargill, empresa centenária de alimentos que investe no Brasil desde 1965. Os herdeiros acumulam uma fortuna pessoal da ordem de US$ 22,9 bilhões (R$ 111,31 bilhões).

Mas a família Cargill não está entre as maiores fortunas do grupo analisado. Além da Mars, a segunda e terceira maiores fortunas vêm da italiana Ferrero, com Giovanni Ferrero detentor de US$ 38,9 bilhões (R$ 196,82 bilhões), e os três herdeiros da francesa Lactalis, com US$ 37,4 bilhões (R$ 189,23 bilhões). A Ferrero está no Brasil desde 1994 e Lactalis, desde 2013.

A Forbes usou os preços das ações em 10 de março de 2023 para calcular os patrimônios líquidos. A conversão de dólares para reais considerou a cotação de R$ 5,06.

Confira quem são os bilionários globais no agro brasileiro:

1 – Giovanni Ferrero, 58 anos

Posição no ranking global: 30

Patrimônio líquido: US$ 38,9 bilhões (R$ 196,82 bilhões)

Origem: Itália

Presença no Brasil: Ferrero

Giovanni Ferrero é presidente executivo do negócio de confeitos de sua família, a italiana Ferrero, que registrou vendas de US$ 15 bilhões em 2022. A empresa é mais conhecida por sua icônica pasta de chocolate com avelã Nutella, chocolates Kinder e balas Tic Tac. Em 2017, ele deixou o cargo de CEO, mas permaneceu como presidente executivo para se concentrar na estratégia corporativa.

Em 2018, por US$ 2,8 bilhões, a Ferrero adquiriu todo o negócio de confeitos da Nestlé, nos Estados Unidos. No Brasil, presente desde 1994, a Ferrero se tornou a terceira maior companhia do setor de chocolates no país, com unidade de produção em Poços de Caldas (MG).

2 – Jacqueline Mars, 83 anos; John Mars, 87 anos; Marijke Mars, 58 anos; Pamela Mars, 62; Valerie Mars, 64, e Victoria Mars, 66 anos

Posição no ranking global: 31 (Jacqueline e John) e 195 (demais)

Patrimônios líquidos: Jacqueline e John, US$ 38,3 bilhões (R$ 193,79 bilhões) cada um; Marijke, Pamela, Valerie e Victoria, US$ 9,6 bilhões (R$ 48,57 bilhões) cada uma

Origem: EUA

Presença no Brasil: Mars

A Mars, com sede em Virgínia (EUA), é a maior fabricante de doces do mundo, com receita de US$ 45 bilhões. Foi fundada por Frank Mars,em 1911. Um terço do negócio é de Jacqueline Mars e filho Stephen Badger está no conselho de administração; seu irmão John possui um terço do negócio e outro terço é das quatro herdeiras do irmão falecido Forrest Jr (Marijke, Pamela Mars, Valerie e Victoria Mars). Valerie começou a trabalhar na Mars em 1992 e hoje é vice-presidente de desenvolvimento corporativo da empresa.

A Mars chegou ao Brasil em 1978. Atualmente, como Masterfoods Brasil Alimentos, possui três unidades de negócio no país: pet food (alimentos para animais), snack food (chocolates) e food (alimentos). Ela é dona de marcas como Twix, M&M’s, Snickers, Pedigree e Whiskas.

3 – Emmanuel Besnier, 52 anos; Jean-Michel Besnier, 55 anos, e Marie Besnier Beauvalot, 42 anos

Posições no ranking global: 71(Emmanuel), 282 (Jean e Marie)

Patrimônios líquidos: US$ 22 bilhões (Emmanuel), (R$ 111,31 bilhões) e US$ 7,7 bilhões (R$ 38,96 bilhões) cada um (Jean e Marie)

Origem: França

Presença no Brasil: Lactalis

Emmanuel Besnier é o CEO e acionista controlador da Lactalis, maior produtora de lácteos da Europa e uma das maiores empresas de laticínios do mundo, com sede em Laval, no oeste da França, e com US$ 20 bilhões em vendas. Seu irmão, Jean-Michel, possui 20,7%. Fundada em 1933, detém marcas como President brie, iogurtes Milkmaid e Valbreso feta. Besnier e seus irmãos, Jean-Michel e Marie, possuem participações na Parmalat, fabricante de Babybel, Frommageries Bel e Boursin.

A Lactalis emprega 85.000 pessoas e possui 266 fábricas em 94 países. As operações no Brasil começaram em 2013, onde se tornou dona de marcas como President, Parmalat, Elegê, Batavo, Itambé, Cotochés, Boa Nata, Galbani, Poços de Caldas, Santa Rosa, Do Bom e Societé. Atua no setor de food service e varejo, com leites, iogurtes, queijos, requeijão e manteiga, com 19 unidades fabris em 8 estados.

4 – Charlene de Carvalho-Heineken, 68 anos, e família

Posição no ranking global: 119

Patrimônio líquido: US$ 14,7 bilhões (R$ 74,38 bilhões)

Origem: Holanda

Presença no Brasil: Heineken

Charlene de Carvalho-Heineken é uma das mulheres mais ricas do mundo, graças a sua participação de 23% na gigante cervejeira Heineken. Herdou a participação da Heineken em 2002, de seu falecido pai, o antigo CEO Freddy Heineken. Charlene, o marido Michel de Carvalho, os filhos Charles e Alexander de Carvalho e a filha Louisa Brassey fazem parte do conselho da Heineken.

A cervejeira holandesa chegou no Brasil em 2010. No país, é dona de marcas como Kaiser, Schin, Glacial, Cintra, Baden Baden, Devassa, Eisenbahn e Amstel. São oito cervejarias localizadas em Jacareí (SP), Araraquara (SP), Gravataí (RS), Ponta Grossa (PR), Cuiabá (MT), Feira de Santana (BA), Pacatuba (CE) e Manaus (AM), com capacidade para produzir 19 milhões de hectolitros.

5 – Harry Stine, 81 anos

Posição no ranking global: 305

Patrimônio líquido: US$ 7,4 bilhões (R$ 37,44 bilhões)

Origem: EUA

Presença no Brasil: Stine Sementes

Harry Stine cresceu em uma fazenda em Iowa e se tornou especialista em genética de sementes. Fez fortuna licenciando genética de milho e soja para multinacionais como Monsanto e Syngenta. Stine fundou e administra a Stine Seed; sua obsessão atual é mexer com sementes genéticas que permitem melhores rendimentos ou resistência a pesticidas. Stine, que é disléxico e levemente autista, também é um especialista em matemática e dados e um formidável negociador.

Na década de 1990, ele fechou acordos de licenciamento altamente lucrativos com grandes corporações multinacionais em todo o mundo, que formam a espinha dorsal de seu império. A empresa detém o maior banco de germoplasma do mundo, com cerca de 1 milhão de cruzamentos anuais para melhoramento de soja e milho. Nos EUA, de cada três hectares de soja plantados, dois são genéticas Stine. Na América do Sul tem operações na Argentina, Paraguai e Uruguai e Brasil, onde está desde 2018. A Stine Semetes tem sede em Lucas do Rio Verde (MT) e atua nas culturas de soja e milho.

6 – Enrique Razon Jr., 63 anos

Posição no ranking global: 312

Patrimônio líquido: US$ 7,3 bilhões (R$ 36,94 bilhões)

Origem: Filipinas

Presença no Brasil: Rio Brasil Terminal

Enrique Razon Jr. preside a ICTSI (International Container Terminal Services), a principal operadora portuária das Filipinas. A empresa possui subsidiárias na Ásia-Pacífico, Europa Oriental, África e Américas, totalizando 19 países. O avô de Razon iniciou o negócio com um porto em Manila em 1916, que seu pai reconstruiu após a Segunda Guerra Mundial.

A Razon expandiu o negócio globalmente. No Brasil, em 2019 comprou a Libra Terminal Rio, um dos principais operadores portuários e logísticos de comércio exterior do Brasil, com concessão garantida até 2048. Tem grande presença na área de contêineres para envio de carnes, entre outros. Também opera o terminal de Suape, no nordeste, em operação desde 2002.

7 – Pauline MacMillan Keinath, 89 anos, Gwendolyn Sontheim Meyer, 61 anos

Posição no ranking global: 344 e 636 respectivamente

Patrimônio líquido: US$ 6,9 bilhões (R$ 34,91 bilhões) e US$ 4,3 bilhões (R$ 21,76 bilhões), respectivamente

Origem: EUA

Presença no Brasil: Cargill

Pauline MacMillan Keinath é considerada a maior acionista da Cargill, que é a maior empresa de alimentos do mundo, com uma participação estimada de 13%. Gwendolyn Sontheim Meyer tem 8% de participação. O bisavô das herdeiras fundou o negócio como um único depósito de grãos no final de uma linha férrea de Iowa em 1865. A família ainda possui cerca de 90% da Cargill, que faturou US$ 165 bilhões em vendas em 2022 nas divisões de alimentos, agricultura, finanças e indústria.

Entre eles, todos no grupo das 1.000 pessoas mais ricas do mundo, ainda estão Austen Cargill, II, 72 anos, James Cargill, II, 73 anos, e Marianne Liebmann, 69 anos, na posição 721 do ranking global, com patrimônios líquidos de US$ 3,9 bilhões cada um.

A Cargill tem operações em 70 países. Além de grãos, rações, sementes, óleos e milho, os negócios foram expandidos para produtos químicos, cacau, café, algodão, ovos, fertilizante, serviços financeiros, farinha, sucos, malte, carne, melaço, amendoim, petróleo, porcos, aves, borracha, sal, aço, perus e lã. A Cargill está no Brasil desde 1965, com sede em São Paulo (SP), e cerca de 11 mil funcionários, sendo uma das maiores indústrias de alimentos do país. Opera em 17 estados por meio de unidades industriais, armazéns, terminais portuários e escritórios em 147 municípios.

8 – Alain Merieux, 85 anos, e família

Posição no ranking global: 405

Patrimônio líquido: US$ 6,3 bilhões (R$ 31,88 bilhões)

Origem: França

Presença no Brasil: Mérieux NutriSciences

Alain Merieux é presidente do Institut Merieux, um conglomerado de medicina e saúde pública especializado em diagnóstico, imunoterapia e nutrição. O avô de Alain, Marcel Merieux, fundou o instituto em 1897. Alain fundou a BioMerieux, um dos braços de capital aberto da empresa, especializado em testes de diagnóstico para doenças infecciosas como a tuberculose. A outra subsidiária de capital aberto da empresa, a Transgene, desenvolve vacinas para combater doenças infecciosas e cânceres. O terceiro filho de Alain, Alexandre, que divide a fortuna, foi nomeado CEO da BioMerieux em 2014.

Há operações da empresa em 27 países. No Brasil, por meio da Mérieux NutriSciences, atua na área de laboratórios para alimentos, com análise de qualidade e segurança para a indústria alimentícia , entre fabricantes, processadores, fornecedores e varejistas de alimentos. No setor de agroquímicos biodefensivos, tem soluções de qualidade e impacto direto na saúde humana e no meio ambiente. Também fornece serviços analíticos para o registro e conformidade de agroquímicos em todo.

9 – Maria Asuncion Aramburuzabala, 59 anos, e família

Posição no ranking global: 411

Patrimônio líquido: US$ 6,2 bilhões (R$ 31,37 bilhões)

Origem: México

Presença no Brasil: Ambev

María Asunciã Aramburuzabala é de longe a empresária mais conhecida do México. Faz parte do conselho da gigante cervejeira Anheuser-Busch InBev, multinacional de bebidas e cervejas formada em 2004 pela fusão da belga Interbrew e da brasileira Ambev. Com a mãe e a irmã, ela herdou de seu pai uma participação na gigante cervejeira Grupo Modelo. A Modelo foi vendida para a AB InBev em 2013 por US$ 20 bilhões. A Anheuser-Busch InBev tem sede em Leuven, na Bélgica.

A brasileira Ambev nasceu em 1998, da fusão das cervejarias Brahma e Antarctica. A Ambev tem operações em 18 países: Brasil, Canadá, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Guatemala (que também abastece El Salvador, Honduras e Nicarágua), República Dominicana, Cuba, Panamá, Barbados, Saint Vincent, Dominica e Antigua.

10 – Michael Herz, 79 anos, e Wolfgang Herz, 72 anos

Posição no ranking global: 418

Patrimônios líquidos: US$ 6,1 bilhões (R$ 30,86 bilhões) cada

Origem: Alemanha

Presença no Brasil: importador direto

Juntamente com seu irmão Wolfgang, Michael Herz deriva sua fortuna de duas das empresas mais reconhecidas da Alemanha: Tchibo e Beiersdorf. O pai deles, Max, junto com Carl Tchiling-Hiryan, fundou a Tchibo em 1949, que importa e vende cafés. Com sede em Hamburgo, a Tchibo tornou- se uma das maiores torrefadoras do grão na Europa. Além de importar, a empresa possui cafezais no Brasil e na Tanzânia e mais de 1.000 lojas de varejo, onde vende eletrodomésticos, incluindo cafeteiras.

11 – Erich Wesjohann, 77 anos, e família

Posição no ranking global: 497

Patrimônio líquido: US$ 5,3 bilhões (R$ 26,82 bilhões)

Origem: Alemanha

Presença no Brasil: Aviagen

Erich Wesjohann é o presidente do EW Group, com sede na Alemanha, a maior empresa de criação e genética de aves do mundo. O EW Group foi fundado em 1999, quando Wesjohann e seu irmão Paul-Heinz decidiram dividir a empresa familiar de frangos, originalmente datada de 1932. Em 2020, o EW Group obteve uma receita total de US$ 3,3 bilhões.

Dois criadores de aves dos EUA, Aviagen e Hubbard, constituem os principais ativos do portfólio do EW Group. Atualmente, possui 35 empresas em 15 países que atuam em diferentes segmentos, como alimentação, saúde humana e animal, além de ser líder em genética avícola. A Aviagen opera no Brasil há 16 anos. No ano passado, anunciou investimento de R$ 250 milhões para aumentar a capacidade de produção de matrizes no Brasil, o que eleva os investimentos no país para R$ 510 milhões nos últimos 6 anos. A produção de matrizes está em granjas localizadas em Carambeí (PR) e Rio Claro (SP), e os incubatórios em Capinzal e Caçador (SC).

12 – Robert Rich Jr., 82 anos

Posição no ranking global: 511

Patrimônio líquido: US$ 5,2 bilhões (R$ 26,31 bilhões)

Origem: EUA

Presença no Brasil: Rich’s Brasil

O magnata dos alimentos congelados, Robert Rich Jr, lidera a Rich Products, fundada por seu pai, Robert Rich Sr. (falecido em 2006) em 1945. Ele possui cerca de 75% da empresa privada, com sede em Buffalo, Nova York. Rich Jr. tornou-se presidente da empresa em 1978 e assumiu o cargo de presidente em 2006.

A empresa tem uma receita de US$ 3,6 bilhões em vendas anuais, com operações em cerca de 100 países. Os produtos incluem bolos, coberturas, massa de pizza, almôndegas e entre outros. No Brasil, atua no segmento de ingredientes para a indústria, food service e varejo, com bases, caldas, chantillys, coberturas, decorações, ganaches, geleias e soluções culinárias, mais bebidas. Os alvos são supermercados, padarias, cafeterias e restaurantes.

13 – Issad Rebrab, 79 anos, e família

Posição no ranking global: 591

Patrimônio líquido: US$ 4,6 bilhões (R$ 23,27 bilhões)

Origem: Argélia

Presença no Brasil: Cevital

Rebrab fundou a Cevital e foi seu CEO por mais de 50 anos. E nomeou seu filho, Malik, CEO em julho de 2022. A Cevital, maior empresa privada da Argélia, é dona de uma das maiores refinarias de açúcar do mundo, com capacidade para produzir 2 milhões de toneladas por ano. A Cevital é proprietária de empresas europeias, incluindo a fabricante francesa de eletrodomésticos Groupe Brandt, uma siderúrgica italiana e uma empresa alemã de purificação de água.

Atua por meio de suas subsidiárias em diversos setores como agricultura, varejo, serviços e indústria. Além da Argélia, a empresa tem projetos de grande porte na Europa, Oriente Médio, Norte da África, Ásia-Pacífico e Brasil. No país, a Cevital tem unidade em Belém (PA), e em Vera (MT), onde atua no setor de armazenagem e exportação de grãos.

14 – Luca Garavoglia, 54 anos

Posição no ranking global: 679

Patrimônio líquido: US$ 4,1 bilhões (R$ 20,74 bilhões)

Origem: Itália

Presença no Brasil: Campari

Luca Garavoglia é presidente do Grupo Campari, com sede em Sesto San Giovanni, na Itália, uma das maiores empresas de bebidas alcoólicas do mundo. É dona de marcas como Aperol, Appleton, Bulldog, Campari, Cinzano, SKYY Vodka e Wild Turkey. Garavoglia herdou de seus pais a participação na empresa, possuindo cerca de 27% da empresa, listada na Bolsa de Valores de Milão em 2001.

A Campari possui 22 fábricas em todo o mundo. O grupo opera no Brasil há quatro décadas. No país, possui uma fábrica localizada no complexo industrial de Suape, em Cabo de Santo Agostinho (PE), onde processa Campari, Dreher e Old Eight.

15 – Alfred Oetker, 56 anos, Carl Ferdinand Oetker, 50 anos, Julia Oetker, 44 anos

Posição no ranking global: 721

Patrimônios líquidos: US$ 3,9 bilhões (R$ 19,73 bilhões) cada um

Origem: Alemanha

Presença no Brasil: Dr. Oetker

Carl Ferdinand Oetker possui um terço da Geschwister Oetker, uma holding alemã com marcas que abrangem vinhos e destilados, produtos químicos e hotéis. A Geschwister Oetker foi formada em 2021 depois que a família Oetker concordou em dividir seu conglomerado de US$ 8 bilhões (vendas) em dois grupos independentes. O negócio original, Dr. August Oetker, começou em 1891, quando seu bisavô começou a vender fermento em pó não perecível. Carl Ferdinand atua como co-CEO da Geschwister Oetker com seu irmão Alfred. A irmã deles, Julia, é a terceira proprietária.

A estimativa é de que a família alemã Oetker possua cerca de 400 subsidiárias, incluindo alimentos e ingredientes. A empresa está presente no Brasil desde a década de 1930. A Dr. Oetker é focada em produtos como ingredientes culinários como aromas, fermentos, gelatina sem sabor, coco ralado, chocolate em pó, confeitos e coberturas, misturas para bolos e tortas, sobremesas em pó para gelatina, pudim, flan, snacks como amendoim, castanha de caju dentre outros, e chás.

16 – Howard Schultz, 69 anos

Posição no ranking global: 766

Patrimônio líquido: US$ 3,7 bilhões (R$ 18,72 bilhões)

Origem: EUA

Presença no Brasil: Starbucks

Howard Schultz assumiu o comando da rede norte-americana de cafeterias Starbucks na década de 1980 e transformou uma empresa regional de café em uma das principais marcas do mundo. O executivo expandiu a Starbucks de 11 lojas para mais de 33.000 em todo o mundo. Hoje, ele atua como CEO interino da Starbucks, enquanto procura um sucessor. Por meio de sua empresa de capital de risco Maveron Capital, Schultz investe em outros negócios de consumo, como Groupon, Madison Reed, Allbirds e Lucy.

A Starbucks está no Brasil desde 2006. A marca possui cafeterias em 11 estados, com cerca de 200 cafeterias. Com foco na produção, a empresa possui 10 Centros de Apoio ao Produtor em todo o mundo, dos quais cinco estão na América Latina. Inaugurado em 2021, no Brasil o centro está localizado em Varginha (MG). A ação faz parte do compromisso da empresa de adquirir café de forma responsável.

17 – Beatriz Davila de Santo Domingo, 84 anos

Posição no ranking global: 787

Patrimônio líquido: US$ 3,6 bilhões (R$ 18,21 bilhões)

Origem: Colômbia

Presença no Brasil: Ambev e Kraft Heinz

Beatriz Davila de Santo Domingo é viúva do barão da cerveja colombiano Julio Mario Santo Domingo, falecido em 2011. Ela controla mais de um terço da holding da família Santo Domingo, com sede em Luxemburgo, por meio da qual possui ações da Anheuser-Busch InBev.

A família também possui uma participação na Château Petrus, vinícola francesa perto de Bordeaux que produz alguns dos vinhos mais caros do mundo, além de participações na Keurig Dr. Pepper, na Kraft Heinz e no proprietário da Peet’s Coffee, JDE Peet’s. Relacionadas ao Brasil, além da cervejaria InBev, há Kraft Heinz que é detentora de três: Heinz, Quero e Kraft. Há duas fábricas em Goiás que produzem ketchup, maionese, barbecue, mostarda, entre outros.

18 – Margarita Louis-Dreyfus, 60 anos, família

Posição no ranking global: 818

Patrimônio líquido: US$ 3,5 bilhões (R$ 17,71 bilhões)

Origem: Suíça

Presença no Brasil: Louis Dreyfus Company

Margarita Louis-Dreyfus é a acionista majoritária e presidente da gigante de commodities agrícolas Louis-Dreyfus Group. Seu marido, Robert Louis-Dreyfus, faleceu em 2009, deixando para ela uma participação de 69,6% no negócio de 167 anos.

No Brasil, o grupo opera há cerca de 80 anos. Atua como processadora de suco laranja para exportação, processa e comercializa café, atua no esmagamento de soja e exportação do grão, milho e algodão. E mais uma gama de atividades, com produtos, como o óleo de soja refinado e farelos no varejo de alimentos. Fornece insumos para as indústrias alimentícia, de mineração, cervejeira e de ração animal (peixes e pet food). A empresa também figura entre as três principais tradings de açúcar do país. Opera com cerca de 60 unidades industriais e logísticas no Brasil e emprega 11 mil pessoas.

19 – John Middleton, 68 anos

Posição no ranking global: 852

Patrimônio líquido: US$ 3,4 bilhões (R$ 17,20 bilhões)

Origem: EUA

Presença no Brasil: Philip Morris

John Middleton fez fortuna vendendo o negócio de tabaco de sua família para a controladora da Philip Morris, em 2007 por US$ 2,9 bilhões em dinheiro. O negócio original, John Middleton Inc.,foi fundado como uma pequena tabacaria na Filadélfia em 1856, por seu tataravô.

A empresa começou a fabricar cigarros na década de 1950 e lançou a marca de charutos Black & Mild em 1980. No Brasil, a Philip Morris é a segunda maior empresa de tabaco do país. Opera localmente há quase meio século. O portfólio inclui marcas como Marlboro, L&M e Chesterfield, produzidas em uma fábrica localizada em Santa Cruz do Sul (RS).

20 – Kuok Khoon Hong, 73 anos, e Martua Sitorus, 63 anos

Posições no ranking global: 949 e 982, respectivamente

Patrimônio líquido: US$ 3,1 bilhões (R$ 15,69 bilhões) e US$ 3 bilhões (R$ 15,18 bilhões), respectivamente

Origem: Singapura

Presença no Brasil: Wilmar

Kuok Khoon Hong co-fundou a Wilmar em 1991, junto com Martua Sitorus, que a transformaram em uma das maiores produtoras de óleo de palma do mundo. Sitorus deixou o conselho da empresa em 2018. A subsidiária chinesa da Wilmar, Yihai Kerry Arawana, foi listada em um IPO de US$ 2,1 bilhões em outubro de 2020 na bolsa de valores de Shenzhen.

No Brasil, manteve entre 2015 e 2020, junto à Raízen, a joint venture RaW – que ocupou no período o primeiro lugar no ranking das empresas que mais comercializam açúcar brasileiro. Hoje, continua operando como trading de açúcar no país, mas de forma independente e permanecendo entre as maiores do setor (Forbes, 6/4/23)

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