No momento em que a oferta de Crédito de Descarbonização (CBios) tende a aumentar com o andar da safra de cana, afrouxando os preços na B3 (B3SA3), vem uma distribuidora e negocia em torno de 825 mil títulos num só dia.
O movimento de “raspagem” ocorreu na quinta, sendo registrado e liquidado pela Cetip na sexta (8), dando um somatório negociado que fugiu totalmente ao padrão, 1.650.478 CBios.
Enquanto a média vinha sendo em torno de 85 e 90 mil papéis negociados diariamente, ao preço médio de R$ 93, esse volume atípico elevou o CBio a praticamente R$ 100 (nesta segunda, 11, está em torno de R$ 96).
Apesar da lógica do setor mostrar-se arriscada, quando há uma disposição maior de produzir mais etanol em início de safra – portanto com tendência de queda nos preços dos papéis -, por outro lado pode ter sido uma estratégia de aposta de que o biocombustível vá “voar”.
E o aumento da demanda, via maior competitividade com a gasolina, compensaria, explica um operador de corretora bastante ativa do mercado, que pediu reserva de seu nome ao Money Times.
Também não se descarta atraso na aquisição por parte da distribuidora – ente comprador obrigatório dos título emitidos pelas usinas pelo status do RenovaBio -, que poderia comprometer suas metas anuais, embora pareça pouco provável essa hipótese.
As ordens de compra e venda guardam reserva dos nomes dos agentes, mas essa mesma fonte suspeita de uma “grande distribuidora”, pelo volume negociado e só porque as três grandes possuem metas de compras elevadas, acima de 1 milhão de títulos anuais.
No início de janeiro, os CBios partiram de um preço médio de R$ 40 a R$, subindo progressivamente (Money Times, 11/4/22)