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Moagem de cana cai mais de 30% no início da safra 2021/22 do Centro-Sul

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As usinas da região Centro–Sul do Brasil começaram a moagem de cana mais tarde na safra 2021/22, marcando uma queda de mais de 30% na primeira quinzena de abril ante o mesmo período da temporada passada, à medida que o longo período de seca no ano anterior afetou o desenvolvimento do canavial, informou hoje (27) a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Segundo os dados da associação, a produção de açúcar do Centro–Sul no período recuou 35,75% na quinzena do mês, para 624 mil toneladas, enquanto a fabricação de etanol diminuiu 25,9%, para 731 milhões de litros, segundo os dados da associação.

A moagem atingiu 15,6 milhões de toneladas, versus 22,5 milhões na mesma etapa de 2021.

“Essa queda se deve ao menor número de unidades produtoras em operação neste início de safra. Nos primeiros 15 dias de abril, 147 unidades estavam operando, sendo 141 processadoras de cana–de-açúcar, cinco exclusivas de etanol de milho e uma usina flex”, disse a Unica.

Na mesma data da safra 2020/2021, 180 unidades estavam em operação. Para a segunda quinzena de abril, outras 60 unidades devem iniciar a moagem no centro–sul. Além da redução na moagem, o início da safra 2021/2022 registrou uma piora na qualidade da matéria-prima.

O nível de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) na primeira quinzena de abril atingiu 108,73 kg de ATR/tolenada de cana, um recuo de 3,62%.

“O clima mais seco tem favorecido a colheita, mas o menor número de unidades produtoras em operação não permitiu uma moagem no mesmo ritmo observado no início da safra passada“, ressaltou o diretor técnico da Unica, Antônio Padua Rodrigues, em nota.

“O longo período de chuvas abaixo da média histórica tem prejudicado o desenvolvimento na lavoura e criou estímulos para que as usinas começassem a safra mais tarde neste ano. Muitas empresas haviam programado o início em março deste ano, mas observamos um atraso médio em torno de 10 dias nessa programação”, adicionou.

A produção de etanol de milho somou 111,43 milhões de litros, ante 86,30 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2020/2021.

VENDAS DE ETANOL

A Unica reportou ainda um aumento de 19,53% nas vendas de etanol na primeira quinzena do mês, a 960,75 milhões de litros, em resultado impulsionado pelo crescimento na comercialização para o mercado doméstico, que saltou 23,11% no ano a ano.

O aumento em comparação anual, porém, é influenciado pelos efeitos causados pela pandemia de Covid-19 em abril de 2020, quando ganharam força as medidas restritivas relacionadas à primeira onda da doença, afetando o consumo do biocombustível.

“O aumento das vendas no mercado doméstico decorre da competitividade do biocombustível e do maior consumo na comparação com 2020″, afirmou Rodrigues.

“Todavia, ao fazermos um paralelo das vendas atuais com as ocorridas na safra 2019/2020, quando não havia o efeito da Covid-19, observamos retração de 3,28% para o etanol anidro e de 25,46% para o etanol hidratado no mercado interno”, acrescentou.

Em termos de exportações, o etanol registrou queda de 53,75% ante a primeira quinzena de abril de 2020, somando embarques de apenas 17,53 milhões de litros, completou a entidade.

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