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Usinas de etanol ‘barganham’ com novo ICMS e açúcar ‘paga a conta’

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Segundo analista, os preços mais vantajosos do açúcar faz com que as indústrias produzam etanol apenas para atender a demanda 

Entrou em vigor nesta quinta-feira (1) a alíquota única e fixa do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na gasolinaCom a mudança, foi aplicada à cobrança de R$ 1,22 por litro em todo o país.

A princípio, o valor seria de R$ 1,45 e entraria em vigor apenas em julho. No entanto, a alíquota do ICMS foi reduzida para R$ 1,22 e adiantada em um mês.

Sobre o “sobe e desce da bomba”, o Agro Times conversou com Marcelo Di Bonifácio Filho, analista de açúcar e etanol da StoneX, para entender como fica o cenário dos combustíveis, assim como o trabalho das usinas.

O que mexe no mercado?

De acordo com Bonifácio, com o novo ICMS, a tributação na gasolina deve subir em 24 das 27 unidades federativas, assim como os preços.

Na visão do analista, as usinas já esperavam essa alta na gasolina, que eleva a demanda pelo etanol. Com isso, as indústrias moageiras anteciparam esse aumento, que resultou em alta nos preços do hidratado.

“Com a gasolina mais cara, as usinas tem segurado os volumes, esperando preços maiores, para ter um maior poder de barganha na hora de vender. A paridade estava acima de 70% na semana passada, mas olhando para as últimas semana, há um cenário mais vantajoso”, discorre.

Por outro lado, a safra 2023/2024 de cana-de-açúcar está em patamares elevados, com a moagem elevada e as usinas voltando o mix para o açúcar.

“Em termos de oferta, ainda está desfavorável ao etanol, elas estão produzindo o mínimo para atender a demanda, com o açúcar pagando muito mais do que o etanol, pagando a conta das indústrias. Fica claro que o biocombustível depende muito do lado tributário, do incentivo ao consumidor final”, finaliza.

Assim, a expectativa para o setor de etanol fica para a retomada na cobrança integral de tributos federais sobre a gasolina e o etanol, cenário que favorece o biocombustível.

Confira como deve ficar o ICMS da gasolina em cada Estado:

Dados da Fecombustíveis apontam que o ICMS varia de R$ 0,92 a R$ 1,34 por litro. Com isso, apenas o Amazonas, Alagoas e o Piauí apresentam queda nos preços.

Estado ICMS atual Diferença no preço do litro após alíquota de R$ 1,22 
Piauí R$ 1,34 – R$ 0,12 
Amazonas R$ 1,33 – R$ 0,11 
Alagoas R$ 1,25 – R$ 0,03 
Rio Grande do Norte R$ 1,20 + R$ 0,22 
Acre R$ 1,18 + R$ 0,04 
Tocantins R$ 1,16 + R$ 0,06 
Ceará R$ 1,15 + R$ 0,07 
Bahia R$ 1,14 + R$ 0,08 
Maranhão R$ 1,10 + R$ 0,12 
Pará R$ 1,08 + R$ 0,14 
Sergipe R$ 1,05 + R$ 0,17 
Rondônia R$ 1,05 + R$ 0,17 
Roraima R$ 1,05 + R$ 0,17 
Distrito Federal R$ 1,02 + R$ 0,20 
Rio de Janeiro R$ 1,01 + R$ 0,21 
Paraná R$ 1,00 + R$ 0,22 
Minas Gerais R$ 0,98 + R$ 0,24 
Espírito Santo R$ 0,97 + R$ 0,25 
Paraíba R$ 0,96 + R$ 0,26 
Pernambuco R$ 0,96 + R$ 0,26 
São Paulo R$ 0,96 + R$ 0,26 
Amapá R$ 0,95 + R$ 0,27 
Mato Grosso R$ 0,95 + R$ 0,27 
Santa Catarina R$ 0,95 + R$ 0,27 
Goiás R$ 0,93 + R$ 0,29 
Rio Grande do Sul R$ 0,93 + R$ 0,29 
Mato Grosso do Sul R$ 0,92 + R$ 0,30 

(Money Times, 2/6/23)

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