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Vivo e Amazon embarcam em projeto para democratizar conectividade no campo

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Por Vera Ondei

ConectarAgro, que reúne grandes empresas do setor, vem ganhando adesões importantes com impactos sociais na produção e nas comunidades rurais

O projeto ConectarAgro prevê terminar o ano de 2023 com 14,4 milhões de hectares conectados no campo, o dobro de hectares de 2022. A ConectarAgro é uma associação sem fins lucrativos para levar internet no campo e que, até o final de abril, reunia as empresas Bayer, CNHIndustrial, Jacto, AGCO, Solinftec, Trible e Yara, mais a Tim e a Nokia.

No início deste mês, durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), a ConectarAgro ganhou duas adesões de peso de grandes operadoras, a AWS (Amazon Web Services), plataforma de serviços de computação em nuvem de uma das maiores empresas de tecnologia do planeta, que pertence ao bilionário Jeff Bezos, e a Vivo, maior operadora brasileira que detém cerca de 33% do mercado de telefonia móvel. “Em 2022, a Vivo investiu R$ 9,5 bilhões em conectividade”, diz Diego Aguiar, diretor de operações da empresa. “Entrar nesse projeto está dentro dos investimentos”. Na conferência de resultados, no final do ano passado, a estimativa era de que esse montante se repetiria em 2023, segundo o CEO da Vivo, Christian Gebara.

Por meio de banda larga 4G, na frequência de 700 MHz, a ConectarAgro atualmente impacta 525 cidades em 13 estados no Brasil. A expansão em 2023 deve vir da contratação de serviços por cerca de 40 grandes grupos do agronegócio, o que deve beneficiar de forma indireta ainda mais produtores, em geral pequenos e médios com propriedades nas bordas dessas grandes propriedades.

Atualmente, se beneficiam desse esquema idealizado pela ConectarAgro 90 mil propriedades rurais que estão cobertas e 1,1 milhão de hectares. Com um adendo. Ao levar conectividade às propriedades, sejam elas grandes ou pequenas, outro entorno também se beneficia. Hoje, a conectividade instalada alcança 65 unidades básicas de saúde e 221 escolas públicas em áreas rurais. “Tecnologia é inclusão e estamos caminhando nesse sentido”, diz Ana Andrade, presidente da ConectarAgro, vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e diretora de assuntos governamentais da AGCO para América do Sul. Vale registrar que a ConectarAgro não tem fins lucrativos.

Para Gregory Riordan, vice-presidente da associação, e diretor de tecnologias digitais e de precisão da CNH Industrial para a América do Sul, existe “desde lá atrás, uma mola de compressão de demanda por conectividade”. A aceleração mais rápida de adoção se deve a esse cenário. “Máquinas, sensores e pessoas estão prontos e as grandes empresas de telefonia perceberam que o momento é agora”, diz Riordan. E mais, essa adoção da conectividade está diretamente ligada ao retorno da atividade no campo, levando benefícios financeiros aos seus usuários.

A presidente da ConectarAgro anunciou, também durante a Agrishow, a criação do ICR (Indicador de Conectividade Rural), em parceria com a UFV (Universidade Federal de Viçosa), em Minas Gerais. Os indicadores de conectividade, que são focados na densidade populacional, logicamente, acabam dando um maior peso para as áreas urbanas. Um indicador específico para o campo deve levar em consideração, e peso, outras variáveis que refletem a importância do meio rural como, por exemplo, o uso das tecnologias 2G, 3G, 4G e NB-IoT, e o valor da produção agrícola e pecuária.

Para isso, não será preciso criar bancos de referência, porque eles já existem, como o VBP (Valor Bruto da Produção), um índice do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) e da PAM (Produção Agrícola Municipal), um índice em reais levantado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A ConectarAgro já vem fazendo um estudo de impacto em Mato Grosso, com o mapeamento de 100 propriedades rurais sobre o uso de um aplicativo para treinamento de usuários de tecnologias, que deve se estender para todo esse ano e o próximo. Mas, nos próximos oito meses, já se terá uma visão da mensuração desses impactos. “A ideia, com a metodologia da UFV, é refinar esses estudos”, afirma Andrade (Forbes, 12/5/23)

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