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Agro no SXSW, a maior conferência de inovação do mundo

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Por Helen Jacintho

O SXSW, South by Southwest, em Austin, no Texas, recebe empresas e setores que apontam soluções e inovações disruptivas e o agronegócio faz parte dessa agenda.

Está acontecendo nesta semana, de 10 a 19 de março, em Austin, Texas, a maior conferência de inovação do mundo, o SXSW (South by Southwest). Na conferência, empresas e setores mostram as soluções e novidades mais disruptivas e o agronegócio, o setor mais dinâmico da economia, cheio de soluções modernas e tecnológicas, não poderia estar fora.

Alguns painéis uniram especialistas que estão revolucionando a produção e que podem, num futuro próximo, transformar a nossa agropecuária, aliando uma produção mais saudável e sustentável para o produtor, consumidor e para o planeta.

O primeiro destaque foi para o painel que levou a conferência soluções disruptivas do agro brasileiro apresentado por Natasha Caiado de Castro, Roberta Suplicy e Carmela Borst. O trio discutiu a responsabilidade do agro brasileiro como produtor sustentável e garantidor da segurança alimentar mundial. O painel apresentou casos que têm ajudado nosso país a atingir elevados níveis de eficiência e produtividade aliada à sustentabilidade como o programa Rotas Rurais, que georreferenciou e atribuiu endereços permitindo a rápida localização de mais de 288 mil propriedades rurais, facilitando a conectividade e segurança das famílias no campo.

O segundo caso foi da empresa Agrosmart, presente em 9 países, cobrindo 48 milhões de hectares, que através de monitoramento climático e sensores, auxilia na tomada de decisão (pulverização, plantio, colheita) e gestão mais adequada de sistemas de irrigação, gerando economia de até 35% de recursos como água e energia. Foram apresentados outros casos como Pink Farms, Aegro e iRancho.

A dor comum entre as empresas e produtores rurais que adotam tecnologia é a falta de mão de obra especializada para analisar os dados fornecidos por estes equipamentos ou plataformas, desta maneira, surgiu a parceria com a Soul Code, uma startup que dá oportunidade a pessoas carentes de se especializarem como profissionais de tecnologia. Segundo Natasha Caiado, o painel visou dar protagonismo e voz à mulher empresária rural, para que as discussões aconteçam e os problemas tenham soluções. “Colocar um painel levando inovações do agro Brasileiro, apresentado por mulheres, no festival mais inovador do planeta, dá a sensação de dever cumprido, de ter puxado os holofotes e dado microfone para o setor”, disse Caiado.

O segundo destaque foi o painel trouxe inovações e o futuro da produção de carne, discutindo a possibilidade de uma carne carbono neutro através da adoção de mudanças na dieta dos animais e nos sistemas de produção, como tratamento de dejetos, agropecuária regenerativa e a possibilidade de capturar carbono no solo. O destaque do painel, que reuniu a produtora rural Cory Carman, a cientista do clima Ann Radil e a pesquisadora, Alexia Akbay, foi a adoção de um aditivo alimentar de algas vermelhas que reduz o metano entérico do gado de corte e leite em mais de 80%.

De acordo com Akbay, o desafio é transformar esta alga selvagem em uma lavoura comercial, de maneira sustentável, escalável, processando e distribuindo até onde o gado está nas propriedades rurais. Depois de descobrir como cultivá-lo, o próximo passo é tornar viável a longo prazo. Carman, que é produtora, juntamente com 10 outros produtores têm pesquisado e mensurado como o gado pode colaborar para a saúde do solo. Juntamente com a pesquisadora Radil agora estão procurando benefícios adicionais do suplemento para a saúde animal, assim como realizando painéis de degustação da carne de animais alimentados com o suplemento de algas para verificar a aceitação ao produto.

Segundo Radil, nossa dependência de combustíveis fósseis é o grande problema quando se fala em mudanças climáticas, entretanto a mudança do uso da terra, junto com agropecuária e o sistema alimentar alegadamente é responsável por mais de 30% das emissões de gases de efeito estufa, entretanto, existem muitas soluções para mitigação sendo estudadas e implementadas.

Vem muita coisa boa por aí, o agro continua sempre na vanguarda, pujante e inovador, buscando soluções para uma produção mais eficiente, usando menos recursos.

*Helen Jacintho é engenheira de alimentos por formação e trabalha há mais de 15 anos na Fazenda Continental, na Fazenda Regalito e no setor de seleção genética na Brahmânia Continental. Fez Business for Entrepreneurs na Universidade do Colorado e é juíza de morfologia pela ABCZ. Também estudou marketing e carreira no agronegócio; Forbes, 18/3/23)

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