O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que o deputado federal e ex-ministro da Agricultura do governo Dilma, Neri Geller (PP-MT), será o secretário de Política Agrícola da pasta a partir de 1º de fevereiro, quando encerra seu mandato na Câmara dos Deputados.
“A secretaria de Política Agrícola será comandada pelo deputado Neri Geller. Será a terceira vez que ele assume a secretaria, além de ter sido ministro. Ele tem conhecimento na área, sabe onde buscar recursos e implementar políticas públicas”, disse Fávaro, em entrevista à Rádio Conti de Mato Grosso nesta sexta-feira.
Conforme o Broadcast Agro mostrou em 19 de janeiro, o convite para Geller assumir o posto partiu de Fávaro e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana passada, inclusive, ele já havia assinado documento que encaminha a nomeação para a Casa Civil.
O deputado pediu para serem consideradas duas condições para estar à frente do cargo: a intenção de construção de um Plano Safra robusto e ter sob o guarda-chuva da secretaria a Superintendência de Operações Comerciais e a Diretoria de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, segundo fontes que acompanharam as tratativas.
Fávaro afirmou também que a política agrícola para a agricultura familiar continuará sob a responsabilidade de seu ministério, mesmo com a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário e de Agricultura.
Segundo ele, já são discutidas as formas para levar mais recursos para agricultura familiar por meio do Plano Safra que deve ser lançado em meados de maio e junho.
O ministro afirmou que será escrito um “novo capítulo” de investimentos na agricultura familiar. Na estratégia, ele citou o fortalecimento do programa de aquisição de alimentos (PAA), maior volume de crédito, compras diretas e protagonismo da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab) nessa política.
Ele citou como uma das possibilidades a implantação de um modelo de informações com que a estatal possa ajudar os pequenos produtores, como por exemplo, a listagem de preços de insumos e até mesmo de fornecedores para o produtor ter maior ciência do custo na tomada de crédito de custeio. “Uma espécie de ‘econt’ da agricultura familiar. Estamos pensando, vamos debater”, afirmou na entrevista (Broadcast, 27/1/23)