A companhia J. P. Morgan irá assessorar a BP Bunge na transação. Empresas como a Mubadala e a Raízen são algumas das interessadas pela compra da joint venture de açúcar e etanol.
O jornal Valor Econômico divulgou, nesta terça-feira (dia 9), que a petroleira britânica BP e a negociadora de commodities norte-americana Bunge resolveram colocar à venda a sua joint venture brasileira de açúcar e etanol, a BP Bunge Bioenergia.
Conforme a reportagem, o fundo Mubadala, da cidade de Abu Dhabi, e a empresa brasileira de energia Raízen são alguns dos interessados em adquirir a BP Bunge. A Raízen, inclusive, já havia até mesmo avaliado os ativos da Bunge anteriormente, contudo as negociações não alavancaram.
As fontes ouvidas pelo Valor Econômico destacaram, ainda, que os acionistas da BP Bunge consideram também a venda dos ativos de maneira separada.
A J.P. Morgan será a companhia responsável por assessorar a BP Bunge durante o processo de venda. Segundo a matéria, foi apurado pela empresa que os ativos da joint venture de açúcar e etanol estão avaliados entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões (US$ 1,96 bilhão). A análise mostra, ainda, que esta quantia leva em conta um valor entre US$ 55 e US$ 60 por tonelada de cana moída.
Ao Valor Econômico, a Bunge enviou uma nota na qual afirma que permanece analisando alternativas para abandonar a sua participação firmada na joint venture de açúcar e etanol. Além disso, a negociadora declarou também que está satisfeita com o desempenho das operações, porém os ativos não são fundamentais para a estratégia geral de seus negócios.
BP e Raízen se recusaram a comentar a respeito do andamento dos negócios em questão
As empresas BP e Raízen recusaram-se a comentar sobre o tema quando procuradas pela Reuters. A Bunge, a Mubadala e a J. P. Morgan, por sua vez, não deram resposta imediata aos pedidos de comentários enviados por e-mail.
As fontes consultadas pelo Valor esclareceram também que o processo de venda da BP Bunge está ainda em fase de propostas não-vinculantes, ou seja, as empresas estão recebendo ofertas, como da Raízen ou da Mubadala, porém não há contrato de exclusividade entre as partes. Ademais, a reportagem cita também que o negócio não deve ser concluído antes das eleições, que ocorrerão em outubro deste ano.
Por fim, os indivíduos ouvidos expuseram, ainda, que, de início, somente a Bunge pretendia vender a sua participação na joint venture, equivalente a 50% do negócio. No entanto, durante os últimos dois meses, a BP tem demonstrado interesse em também sair da parceria.
A BP e a Bunge divulgaram o seu acordo para a criação da joint venture de açúcar e etanol há cerca de três anos, em 2019. A parceria promove o gerenciamento de 11 usinas, cuja capacidade total de moagem é de 32,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Na temporada 2021/2022, a receita operacional líquida da empresa foi de R$ 7,2 bilhões, enquanto o lucro líquido foi de cerca de R$ 1,7 bilhão.
Sobre a BP Bunge Bioenergia
A BP Bunge Bioenergia é uma empresa jovem, criada no mês de dezembro de 2019, através da união dos negócios de açúcar e etanol dos grupos BP e Bunge no Brasil. A companhia atua em todo o processo produtivo e também na venda de bioenergia e de açúcar, provenientes da cana-de-açúcar. Destaca-se, ainda, por contribuir para a transição energética no país (Click Petróleo e Gás, 10/8/22)