Por Giovanni Lorenzon
Sob a perspectiva de que o Centro-Sul brasileiro vá gerar 32,1 milhões de toneladas de açúcar, alçando mais 7,3%, adicionados aos ganhos dos principais concorrentes, o superávit global do adoçante deverá chegar a 4,1 milhões/t no ciclo global 22/23, o maior desde 2018.
Na revisão da StoneX, que contabiliza a safra brasileira a rodar em 565,3 milhões de toneladas (mais 8,1%) de cana-de-açúcar e produzir 25,8 bilhões de litros de etanol (mais 7%), os estoques finais da commodity terão expansão de 5,4%. Em etanol de milho, a perspectiva é de alta de 20,7%, para 4,2 bilhões/l.
Se se consolidar em 79,5 milhões/t, a relação estoque-consumo de açúcar se posicionará em 41,6%.
De todo modo, a companhia global de consultoria e inteligência em commodities destaca que as elevações da produção no Brasil e as que deverão ser conduzidas principalmente por Índia e Tailândia a partir de setembro – como a do Nordeste brasileiro, prevista em 3,1 milhões/t -, terão o contrapeso da baixa produção de outras regiões.
“O recuo da produção de outros países nas Américas e Europa deve limitar a oferta global de açúcar”, assina a StoneX, que ainda prevê um crescimento da demanda em 1,1%, da ordem de 190,5 milhões/t.
A Índia alcançará 36,5 milhões/t, mais 2,8%, e a Tailândia somará mais 13,9% (11,5 milhões/t), contra o recuo projetado de 5% na produção de açúcar de beterraba da União Europeia mais Reino Unido, para 16,3 milhões/t, considerando aqui as principais origens.
Ao fazer um recorte para a Índia, principal rival do Brasil no açúcar, a StoneX analisa que o regime de chuvas de monções alcance 98 a 99% de precipitação ao longo do ano, favorecendo os canaviais, como ocorreu no Centro-Sul até fevereiro. No momento, algumas regiões do país do Sul da Ásia estão com déficit de chuvas, mas que será compensado.
A consultoria também avalia que o governo indiano manterá os incentivos à produção (Money Times, 10/5/22)